Evolução do rendimento do trabalho no Brasil por cor ou raça e por regiões: 2014-2019
DOI:
https://doi.org/10.22481/ccsa.v21i37.14524Palavras-chave:
Rendimento, Regiões, Mercado de trabalho, Discriminação, Racismo estruturalResumo
O objetivo principal do trabalho é descrever a evolução do rendimento do trabalho do país por cor ou raça, segundo as regiões brasileiras no período 2014-2019. O artigo é caracterizado como um estudo comparativo da evolução dos rendimentos. Tanto para os ocupados brancos como para os pretos ou pardos e para o período 2014-2019, as regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste foram a que apresentaram os maiores rendimentos médios do país e as regiões Norte e Nordeste, os menores. Durante a crise econômica de 2015-2016, os rendimentos mensais e por hora diminuíram em todas regiões do país. A queda no rendimento foi, proporcionalmente, maior para os pretos ou pardos que para os brancos, afetando mais, portanto, os vulneráveis. Durante a fraca recuperação econômica de 2017-2019, a situação se inverteu, os rendimentos aumentaram em todas regiões, mas, subiram proporcionalmente, mais para os pretos ou pardos que para os brancos. Para o país como um todo, entre 2014 e 2019, os rendimentos diminuíram, demonstrando que o aumento dos rendimentos no período 2017-2019 foi incapaz de repor as perdas geradas no biênio da crise econômica (2015-2016) e as quedas percentuais nos rendimentos dos brancos e pretos ou pardos se igualaram, mantendo o hiato entre ambos extremamente elevado, portanto, não houve redução da desigualdade dos rendimentos por cor ou raça no período. A diferença relativa entre os rendimentos dos homens brancos em relação aos homens pretos ou pardos diminuiu. Por outro lado, aumentou a diferença entre os rendimentos das mulheres brancas em relação às pretas ou pardas. Assim, o período 2014-2019 pode ser caracterizando como um período de estagnação do mercado de trabalho.
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