O Esquema construcional [[X]N-[mor]A]N na história da língua portuguesa (The constructional scheme [[X]N-[mor]A] N in the history of Portuguese)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v18i1.6097

Palavras-chave:

Palavras compostas, Construções [[X]N-[mor]A]N, Português arcaico

Resumo

Neste trabalho, pretende-se fazer uma análise das construções [[X]N-[mor]A]N na história da língua portuguesa, seguindo os pressupostos da Gramática de Construções, como abordada na Morfologia Construcional, pensada por Booij (2010), Gonçalves (2016), Soledade (2013) e Tavares da Silva (2019), e na Linguística Funcional Centrada no Uso, pensada por Traugott e Trousdale (2013), Oliveira (2017) e Rosário e Lopes (2019). Na abordagem construcional da linguagem, assume-se que uma construção deve ser instanciada por um esquema que pareia forma, função e significado. Nesse sentido, intenta-se analisar os aspectos semânticos, lexicais e morfossintáticos dos compostos [[X]N-[mor]A]N. Usou-se o levantamento realizado por Santos (2009) para os compostos nominais no português arcaico (séc. XIII-XVI), no qual figuram alcaide-mor, alferez-mor, beesteiro-mor e camareira-mor, altar-mor e capela-moor, entre outros. Para o português contemporâneo, procedeu-se a pesquisas em corpus disponibilizado na plataforma Linguateca e na rede social Twitter. Encontraram-se os seguintes exemplos: ladrão-mor, sapatão-mor, pessimista-mor, metaleiro-mor, gastador-mor, cínico-mor, pinguim-mor breguice-mor.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antonia Vieira dos Santos, Universidade Federal da Bahia (UFBA/Brasil)

Antonia Vieira dos Santos é doutora em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2009). É mestre em Lingüística Portuguesa pela Universidade de Coimbra (2003).  É graduada em Letras-Português pela Universidade de Brasília (1997). Atualmente, é professora adjunta da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Está realizando estágio pós-doutoral na Universidade de Coimbra, recebendo bolsa CAPES-PrInt. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Histórica, atuando principalmente nas áreas de formação de palavras, léxico e morfologia. Integra o Grupo de Pesquisa PROHPOR - Programa para a História da Língua Portuguesa, sediado no Instituto de Letras da UFBA.

Natival Almeida Simões Neto, Universidade Federal da Bahia (UFBA/BRASIL)

Natival Almeida Simões Neto é mestre pelo Programa de Pós-graduação em Língua e Cultura, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde, atualmente, realiza o curso de doutorado. É graduado também pela UFBA. Está como professor substituto na Universidade Estadual de Feira de Santana. Integra o Programa Para a História da Língua Portuguesa (PROHPOR) e realiza pesquisas sobre morfologia, léxico, antroponímia e semântica. Atuou na organização das coletâneas “Dez leituras sobre o léxico” (EDUNEB, 2019), “Olhares sobre o léxico: perspectivas de estudos” (EDUNEB, 2018) e “Redes lexicais: descrições, análises e histórias” (Editora Mares, 2016). É autor de artigos publicados em livros e periódicos nacionais e internacionais.

Referências

BLUTEAU, Rafael. Vocabulario portuguez e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico, brasilico, comico, critico, chimico, dogmatico, dialectico, dendrologi-co, ecclesiastico, etymologico, economico, florifero, forense, fructifero... autorizado com exemplos dos melhores escritores portugueses, e latinos. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728 (10 vol).
BOOIJ, Geert. Construction Morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010.
BYBEE, J. Língua, uso e cognição. São Paulo: Cortez Editora, 2016.
CARDOSO, Jerónimo. Dictionarium latino lusitanicum & vice versa lusitanico lati-nu[m]: cum adagiorum feré omnium iuxta seriem alphabeticam perutili expositione, ec-clesiasticorum etiam vocabulorum interpretatione... / noué omnia per Hieronymu[m] Cardosum Lusitanum congesta; recognita vero omnia per Sebast. Stockhamerum Ger-manum. Qui libellum etiam de propriis nominibus regionu[m] populorum, illustrium virorum... adiecit. - Conimbricae : excussit Joan. Barrerius, 12 Kal. Iulij 1570 [20 Junho 1570]. < http://purl.pt/14265>
COROMINAS, Joan; PASCUAL, José A. Diccionario Crítico Etimológico Castellano e Hispánico. 6 Vol., Madrid: Gredos, 1980-1991.
GONÇALVES, Carlos Alexandre Victório. Morfologia Construcional: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016.
GONÇALVES, Carlos Alexandre Victório; ALMEIDA, Maria Lucia Leitão de. Morfo-logia Construcional: principais ideias, aplicação ao português e extensões necessárias. Alfa. São Paulo, v.58, n.1, 2013, p. 165-193.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Dicionário Houaiss Eletrônico da Língua Por-tuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
LINGUATECA. Disponível em https://www.linguateca.pt/ [Acesso: 07. Dezem-bro.2019].
LOPES, Mailson dos Santos. Estudo histórico-comparativo da prefixação no galego-português e no castelhano arcaicos (séculos XIII a XVI): aspectos morfolexicais, semân-ticos e etimológicos. 2018. 5 v. 2430 f. Tese (Doutorado em Língua e Cultura; Douto-ramento em Linguística do Português) — Instituto de Letras/Faculdade de Letras, Uni-versidade Federal da Bahia/ Universidade de Coimbra, Salvador/Coimbra.
MATTOS E SILVA, Rosa Virgínia. O português arcaico, uma aproximação: léxico e morfologia. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2008.
OLIVEIRA, M. R. Linguística funcional centrada no uso e ensino. In: CASSEB-GALVÃO, V; NEVES, M. H. M. (orgs.). O todo da língua: teoria e prática do ensino de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2017, p. 15-34.
RIBEIRO, S.; RIO-TORTO, G. Composição. In: RIO-TORTO, Graça et al. Gramática derivacional do Português. 2 ed. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016. p. 385-431.
ROMERITO SILVA, José . O grau em perspectiva: uma abordagem centrada no uso. São Paulo: Cortez, 2015.
ROSÁRIO, Ivo da Costa; LOPES, Monclar Guimarães. Construcionalidade: uma pro-posta de aplicação sincrônica. SOLETRAS, v. 37, p. 83-102, 2019.
SANTOS, Antonia Vieira dos. Compostos sintagmáticos nominais VN, NN, NA, AN e NprepN no português arcaico (sécs. XIII-XVI). 2009. 190 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) — Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
SIMÕES NETO, N. A. O padrão [[X]N de Taubaté]N no português brasileiro: um estudo sobre compostos sintagmáticos em perspectiva construcional. Diadorim, v. 21, p. 265-290, 2019.
SIMÕES NETO, Natival Almeida. Morfologia Construcional e alguns desafios para a análise de dados históricos da língua portuguesa. Domínios de lingu@agem, v. 11, p. 468-501, 2017.
SOLEDADE, Juliana. Experimentando esquemas: um olhar sobre a polissemia das for-mações [[X – EIR]N] no português arcaico. Revista Diadorim / Revista de Estudos Lin-guísticos e Literários do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, n. especial, 2013. p. 83-111.
TAVARES DA SILVA, J. C. A abordagem construcional nos estudos da morfologia do português: o modelo booijiano em terras brasílicas. Macabéa – Revista Eletrônica do Netlli, Crato, v. 8., n. 2., 2019, p. 109-135.
TRAUGOTT, E. C.; TROUSDALE, G. G. Constructionalization and Constructional Change. Oxford University Press: Oxford, 2013.
TWITTER. Disponível em https://twitter.com/ [Acesso: 03. Janeiro. 2020]

Downloads

Publicado

2020-04-30

Como Citar

SANTOS, A. V. dos; SIMÕES NETO, N. A. O Esquema construcional [[X]N-[mor]A]N na história da língua portuguesa (The constructional scheme [[X]N-[mor]A] N in the history of Portuguese). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 18, n. 1, p. 125-140, 2020. DOI: 10.22481/el.v18i1.6097. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/6097. Acesso em: 28 mar. 2024.