Estudos da Língua(gem) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem <div align="justify"><strong>Estudos da Língua(gem), ISSN <a href="https://portal.issn.org/resource/ISSN/1982-0534" target="_blank" rel="noopener">1982-0534</a>,</strong> editado pelo Grupo de Pesquisa em Estudos da Língua(gem) (GPEL/CNPq) e Grupo de Pesquisa em Análise de Discurso (GPADis/CNPq), ligados à Área de Linguística do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, é um periódico publicado pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGLin/Uesb). O periódico manteve a versão impressa ISSN 1808-1355 no período de 2005 a 2015. A partir do ano de 2016, mantém somente a <em>versão eletrônica</em>. O periódico tem como objetivo promover e divulgar textos acadêmicos (artigos, ensaios, resenhas), originais e inéditos, de interesse das áreas (teóricas e aplicadas) da ciência Linguística e relações de interface e de entremeio. <strong>Qualis A4. </strong><strong>Recebe artigos em fluxo contínuo. </strong> </div> Edições UESB pt-BR Estudos da Língua(gem) 1808-1355 <p>Autores que publicam em <strong>Estudos da Língua(gem)</strong> concordam com os seguintes termos: <br />Estudos da Língua(gem) mantém os direitos autorais das contribuições publicadas e disponibiliza seu conteúdo gratuitamente por meio do portal. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, com reconhecimento de autoria e créditos de publicação inicial nesta revista, indicando endereço online.</p> (Psico)linguística, Música e Musicoterapia: diálogos possíveis ((Psycho)linguistics, Music and Music Therapy: possible dialogues) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13353 <p>..</p> Maria de Fátima de Almeida Baia Raquel Santana Santos Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 229 233 10.22481/el.v21i1.13353 Encavalgamento poético e pistas prosódicas do limite final do enunciado fonológico a partir da análise das Cantigas de Santa Maria (Século XIII) (Poetic enjambment and phonological clues for the phonological utterance final boundary, from the analysis of) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13361 <p style="font-weight: 400;">O objetivo deste trabalho é analisar a relação entre letra e música das <em>Cantigas de Santa Maria</em>, em busca de pistas, na notação musical das cantigas, do limite final do enunciado fonológico (U) enquanto constituinte máximo da prosódia linguística, considerando a ocorrência de encavalgamentos poéticos (<em>enjambements</em>). A partir do estudo desenvolvido, foi possível mostrar que o encavalgamento poético não interfere na divisão das cantigas em enunciados fonológicos, no nível prosódico linguístico, sendo que o principal correlato no nível musical do limite final de U é a coincidência da sílaba proeminente de U com a posição inicial de compasso, proeminente no nível musical.</p> Gladis Massini-Cagliari Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 229 266 10.22481/el.v21i1.13361 Música e entoação na língua portuguesa (Music and Intonation in Portuguese) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13364 <p style="font-weight: 400;">Neste ensaio, temos como propósito estabelecer uma relação entre a formação melódica musical e a produção da entoação da fala considerando, especialmente o desenvolvimento histórico de alguns aspectos da música ocidental. Para isso, foi necessário compreender a diversidade modal quanto às formações melódicas, mas, principalmente, oestabelecimento de melodias em que o tom final caracteriza a criação de uma unidade de sentido. Para a entoação da fala buscaram-se descrições e interpretações formais de finalizações frasais entre diferentes produções linguísticas. Partindo do paralelismo de tais mudanças e descrições na entoação da fala e da música, pretende-se demonstrar que essa hipótese de variação conjunta entre música e fala explica tanto a aceitação quase universal da música tonal com base na escala temperada quanto o estabelecimento de marcas entoacionais padronizadas pela via da escolarização.</p> André Luiz de Souza Marcus Vinicius Moreira Martins Waldemar Ferreira Netto Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 267 300 10.22481/el.v21i1.13364 SW ou WS para o acento primário em português brasileiro: as pistas de um sistema não transparente (SW or WS for the primary accent in Brazilian Portuguese: the clues of a non-transparent system) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13371 <p style="font-weight: 400;">Neste artigo, discutimos quais pistas a criança utiliza do <em>input</em> para a marcação do pé prosódico (Sw) ou (wS) em uma língua com algoritmo acentual não transparente, como é o caso do português brasileiro. Para tanto, quatro características foram investigadas: a exposição aos padrões acentuais da língua alvo (fala adulta e fala dirigida à criança), a distribuição das vogais conforme a tonicidade e a posição na palavra (pré e pós-tônicas), a duração das vogais em sílabas átonas e as palavras familiares. Contrastamos a análise dessas pistas no português brasileiro a outras cinco línguas: português europeu, inglês, espanhol, holandês e hebraico moderno. Para a distribuição dos padrões acentuais, observamos que todas as línguas, exceto o hebraico, apresentam maior distribuição do acento penúltimo; contudo, apesar de o padrão paroxítono ser mais do que o dobro na fala adulta e na fala dirigida à criança, esta segue diferente padrão no PB, o que evidencia o não uso dessa pista pela criança. Para o quadro vocálico, constatamos que só o português apresenta diferença no número de vogais em sílabas pré e pós-tônicas, caracterizando-se, dessa forma, como pista só nesta língua. Para a duração, verificamos que sílabas pré-tônicas têm maior duração do que pós-tônica no português, sendo que, no inglês e no holandês, o padrão é o inverso; já no espanhol e no hebraico não há diferença entre elas. Para as palavras familiares, inglês, espanhol e holandês apresentam predominância de palavras paroxítonas, semelhante à língua alvo; em contrapartida, o português em suas duas variedades e o hebraico exibem divergência entre o padrão das palavras familiares e da língua alvo. Enquanto assumimos que as palavras familiares não são então pistas para o algoritmo acentual do hebraico, defendemos que as palavras familiares representam o padrão não-marcado do algoritmo acentual em português.</p> Raquel Santana Santos Aline de Lima Benevides Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 301 327 10.22481/el.v21i1.13371 O papel da child-directed speech no desenvolvimento fonológico: o triângulo vocálico (The role of child-directed speech in the phonological development: the vocal triangle) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13372 <p style="font-weight: 400;">Este estudo, com base na perspectiva dos Sistemas Adaptativos Complexos (THELEN; SMITH, 1994), tem como objetivo analisar a <em>Child-directed Speech </em>(CDS) no desenvolvimento fonológico de crianças gêmeas e não gêmeas, adquirindo o português brasileiro (PB) de Vitória da Conquista-BA. Investigamos os aspectos acústicos do triângulo vocálico na fala das mães no contexto de CDS e no contexto sem as crianças no PB, assim como já foi mostrado em línguas como inglês, sueco, russo e chinês (KUHL <em>et al., </em>1997; LIU <em>et al, </em>2003). Dois experimentos foram realizados com as mães, um em situação de interação com as crianças e outro sem as crianças. A respeito das propriedades acústicas das vogais [a], [i] e [u], considerando todos os valores analisados, entendemos que, de fato, as propriedades acústicas das unidades fonéticas na fala CDS se diferenciam consideravelmente da fala não dirigida à criança. Dessa maneira, nossos dados mostram que além de alterações na prosódia, cuidadores alteram aspectos vocálicos, isto é, há também marcas segmentais na CDS em PB.</p> Vera Pacheco Gláucia Danielle do Prado Ferreira Maria de Fátima de Almeida Baia Marcelo Meira Alves Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 329 353 10.22481/el.v21i1.13372 Desenredando fios da fala e do canto infantis: diferentes matizes da mesma cor (Unraveling threads of children's speech and singing: different shades of the same color) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13373 <p style="font-weight: 400;">Fala e canto são duas funções comunicativas humanas que partilham processos cognitivos e neurais e cuja inter-relação sempre interessou investigadores de ambas as áreas. No entanto, são poucos os estudos que comparam as vocalizações obtidas naqueles dois contextos, sobretudo em bebés e crianças em idade pré-escolar. A presente investigação acompanhou o desenvolvimento da voz cantada de crianças durante o segundo ano de vida, a partir de duas condições distintas – <em>Conversa </em>e <em>Canção</em>. As características segmentais, melódicas e rítmicas das vocalizações obtidas foram analisadas acusticamente. Os resultados evidenciaram diferenças significativas nas vocalizações obtidas em função das duas condições experimentais, nomeadamente ao nível da duração das vocalizações e da extensão vocálica das mesmas. Tal poderá revelar que há uma distinção precoce entre a voz cantada e a falada. São ensaiadas reflexões relativas ao papel da aculturação e educação musicais precoces, sugerindo pistas para futuras investigações nesta área.</p> João Pedro Lopes Reigado Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 355 372 10.22481/el.v21i1.13373 O canto infantil e traços de seu desenvolvimento: complementaridade entre estudos e teorias (Children's singing and traces of its development: complementarity between studies and theories) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13374 <p style="font-weight: 400;">Para tratar alguns aspectos do canto infantil e sua relação com aspectos cognitivos, seguimos os seguintes passos neste artigo: (1) capacidade musical é apresentada sob três visões diferentes e não excludentes entre si; (2) estudos mais recentes sobre desenvolvimento musical são resenhados com foco no canto e (3) por fim, aborda-se o canto espontâneo de crianças. O canto infantil deve ser objeto de estudo promissor para se entender a relação entre percepção do ambiente musical e a produção canora do indivíduo na infância; e como essas percepção e produção refletem o meio musical e podem ser brechas para se entrever aspectos da cognição musical.</p> Beatriz Raposo de Medeiros Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 373 391 10.22481/el.v21i1.13374 Palavra e música: um olhar para o ancestral comum (Word and music: a glance at the common ancestor) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13375 <p style="font-weight: 400;">Este texto, escrito sob a forma de um ensaio, apresenta uma reflexão teórica sobre as possíveis origens comuns da palavra e da música. &nbsp;Partindo de estudos recentes sobre os processos de comunicação nos reinos animal e vegetal, o texto passa por uma discussão sobre a evolução da comunicação entre os vertebrados, por alguns conceitos oriundos da Arqueologia Cognitiva, para chegar finalmente ao <em>Homo sapiens</em>. A seguir, é discutida a comunicação entre adultos e bebês, momento anterior à entrada a criança no mundo dos símbolos – o mundo da palavra – e são apresentados os conceitos de Parentalidade Intuitiva e Musicalidade Comunicativa. O texto se encerra com uma reflexão sobre o “musical” como um dos fundantes da vida humana.</p> Betânia Parizzi João Gabriel Marques Fonseca Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 393 403 10.22481/el.v21i1.13375 Estudo acústico de cinco qualidades de voz com uma nota sustentada (Acoustic study of five voice qualities with a sustained note) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13382 <p style="font-weight: 400;"><em>Este trabalho analisa cinco diferentes qualidades de voz com C4 sustentado (262 Hz), a saber: a) voz soprosa (Br); b) voz fraca (W); c) voz modal (M); d) voz estridente (Cr); e e) voz tensa (T). Foram analisados 13 parâmetros: H1, H1H2, H1A3, CPP, Energia, Razão harmônico-ruído (0-500, 0-1500, 0-2500, 0-3500, F1, F2, B1, B2. Os resultados estatísticos mostraram que os parâmetros diminuem da seguinte maneira: 1) H1: M &gt; Br &gt; T &gt; Cr &gt; W; 2) H1H2: W &gt; Br &gt; (M = Cr) &gt; T; 3) H1A3: (W=Br) &gt; M &gt; Cr &gt; T; 4) B1: T &gt; W &gt; Br &gt; M &gt; W; 5) B2: M &gt; T &gt; Cr &gt; Br &gt; W; 6) CPP: T &gt; M &gt; Br &gt; Cr &gt; W; 7) Energia: T &gt; M &gt; Cr &gt; Br &gt; W. Além disso, HNR apresentou o mesmo padrão decrescente para as quatro condições (W &gt; M &gt; T &gt; Br &gt; Cr), e os formantes F1 e F2 também apresentaram um padrão decrescente semelhante ( T &gt; M &gt; Br &gt; Cr &gt; W).</em></p> Alexsandro Rodriguess Meireles Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 405 418 10.22481/el.v21i1.13382 O uso dos IAPs em sessões de musicoterapia com crianças gêmeas: linguagem e identidade (The use of IAPs in music therapy sessions with twins: language and identity) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13385 <p style="font-weight: 400;">Este estudo se baseia na perspectiva da Complexidade (THELEN; SMITH, 1994; MORIN; 2000; 2003) ao apresentar um diálogo entre as áreas de Psicolinguística e Musicoterapia ao analisar sessões com crianças gêmeas. Partindo dos estudos de Bruscia (2000), foram exploradas e comparadas as diferentes experiências musicais – improvisação, re-criação, composição e audição – como também a análise da identidade musical via aplicação dos IAPS (<em>I</em><em>mprovisation </em><em>A</em><em>ssessment </em><em>P</em><em>rofiles</em>) do mesmo autor. Foram analisados itens musicais, extramusicais e as interfaces da relação estabelecida durante as sessões. Apesar dos estudos linguísticos mostrarem não haver discrepância no desenvolvimento das duas crianças (BAIA; MATOS; AGUIAR, 2018), Bg e Mg são duas crianças musicalmente diferentes na personalidade. Isso corrobora os estudos de a respeito da capacidade da criança não só de se individuar, formando uma imagem total de si (FORDHAM, 1994), mas também sobre o desejo de se diferenciar de seu cogêmeo (MÄÄTTÄ <em>et al</em>, 2018).</p> Maria de Fátima de Almeida Baia Felipe Santos Viana Ana Cristina Oliveira Santos Isamar Marques Cândido Pales Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 419 446 10.22481/el.v21i1.13385 Do treinamento de habilidades ao ser-com-o-outro-na-música: duas formas de abordar o desenvolvimento de processos comunicativos com crianças e adolescentes autistas em Musicoterapia (From skills development to being-with-the-other-in-music: two approach...) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13387 <div> <p class="Resumo">Este artigo aborda duas formas de conceber e trabalhar com a experiência musical na Musicoterapia com crianças e adolescentes autistas. A partir de duas vinhetas clínicas, são apresentadas reflexões sobre como a experiência musical compartilhada pode ser mediada ou conduzida para alcançar o desenvolvimento de processos comunicacionais com pessoas autistas. Alguns conceitos da Musicoterapia, em especial da Musicoterapia Comunitária, das Neurociências, da Gestalt-terapia, dos Estudos da Deficiência e da Biologia do Conhecer são utilizados como fundamentos para o estabelecimento de um mosaico teórico que possibilita compreender o contexto e as situações clínicas, desvelando percursos clínicos possíveis nos atendimentos musicoterapêuticos.</p> </div> Renato Tocantins Sampaio Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 447 272 10.22481/el.v21i1.13387 Musicoterapia neurológica: o que isso tem a ver com linguagem? (Neurologic music therapy: what does that have to do with language?) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13388 <p style="font-weight: 400;">Todos nascemos com habilidades tanto para falar como cantar, e ambas são necessárias para uma vida plena. Nos últimos trinta anos a neurociência, através das técnicas de neuroimagem, das pesquisas eletrofisiológicas e estudos utilizando diferentes modelos teóricos têm permitido o avanço nos estudos da linguagem, de forma a possibilitar a compreensão dos diferentes aspectos que envolvem a sua aquisição, compreensão e processamento. Tem mostrado também que a música é processada em praticamente todo o cérebro. Neste artigo trataremos de mostrar alguns aspectos sobre a importância dessas habilidades nos processos de comunicação, suas possíveis relações, e como os déficits motores da linguagem podem ser tratados com musicoterapia neurológica.</p> Cléo Monteiro França Correia Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 473 493 10.22481/el.v21i1.13388 Cruzamentos vocabulares com o topônimo ‘Roraima’ (The toponym ‘Roraima’ used in blend words) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/9883 <p style="font-weight: 400;">O presente trabalho se situa nos estudos da morfologia lexical, mais especificamente no campo da composição vocabular, e tem por objetivo analisar os cruzamentos vocabulares (CVs) com a palavra ‘Roraima’, com atenção aos aspectos morfofonológicos, gráficos e discursivos. A metodologia consiste na identificação e na coleta do <em>corpus </em>(57 palavras), atividades realizadas principalmente de forma virtual e complementada pela observação ao transitar por Boa Vista-RR. A conclusão é que ‘Roraima’ é uma base lexical produtiva para a formação de novos topônimos comerciais e institucionais em Boa Vista-RR, para os quais ‘Rorai-’, ‘-raima’ ou ‘-aima’ são combinados com outras palavras. O CV implica também outros processos morfológicos e fonológicos, como a sigla, a monotongação e o uso de formas presas e sufixoides. O resultado desses cruzamentos funciona como uma marca identitária e sociolinguística do falar roraimense na esfera comercial.</p> Eliabe Procópio Patrícia Lima da Silva Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 9 32 10.22481/el.v21i1.9883 As causas denominativas evidenciadas nos nomes das cidades potiguares sob o viés dos estudos toponímicos (The denominative causes evidenced in the names of potiguar cities from the perspective of toponymic studies) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10374 <p>Este trabalho consiste em discutir as possíveis causas denominativas que norteiam o ato de nomear quatro cidades do estado do Rio Grande do Norte, por meio das marcas lexicais suscitadas nos topônimos, que se relacionam aos valores e às tradições populares pertencentes a cada lugar. Para tanto, objetivamos analisar o léxico toponímico, considerando as influências que se manifestam por intermédio das escolhas denominativas presentes nos nomes desses munícipios. Metodologicamente, o estudo recorre aos dados publicados no <em>site</em> oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE Cidades, assim como realiza um levantamento histórico sobre os municípios que provocam em seus designativos duas ou mais possíveis classificações taxionômicas. A pesquisa se fundamenta nos pressupostos teóricos da Semântica Cultural e da Toponímia. Os resultados apontam que as causas denominativas possibilitam novas classificações taxionômicas, uma vez que, revelam traços culturais típicos do povo norte-rio-grandense.</p> Edmar Peixoto de Lima Eliene Carvalho da Silva Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 33 46 10.22481/el.v21i1.10374 Interdisciplinaridade nos estudos toponímicos: a contribuição do modelo taxionômico de Dick (1980, 1990) (Interdisciplinarity in the toponymy studies: the contribution of dick’s taxonomic model (1980, 1990)) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10199 <p>A toponímia é uma área de estudo da Onomástica que está inserida no campo da Linguística e tem como objeto de estudo os nomes próprios de lugares. Os estudos toponímicos, introduzidos como disciplina na França em 1878 por Longnon (Dick, 1990), só chegaram ao Brasil muitos anos depois, tendo sido iniciado por Levy Cardoso. A Toponímia foi sistematizada enquanto disciplina acadêmica por Carlos Drumond (1965) e, posteriormente, por Dick (1980), esta última, responsável por iniciar, no Brasil, o processo de sistematização no que diz respeito às metodologias de pesquisa dos estudos toponímicos. Dessa maneira, Dick, tornou-se a grande precursora de toda uma epistemologia no que diz respeito à Toponímia brasileira, levando em consideração as especificidades da configuração da toponímia brasileira; bem como instrumentalizou esses estudos enquanto disciplina que compunha a grade do curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP). Deste modo, este artigo é de natureza bibliográfico e objetiva discutir o caráter interdisciplinar do modelo taxionômico proposto por Dick (1980), como metodologia para o trabalho com a Toponímia. Para tanto, discutimos brevemente o conceito de interdisciplinaridade (FAZENDA, 1996; FERREIRA, 1996, POMBO, 2008; MORIN, 2011) e apresentamos a proposta de Dick (1980, 1990), argumentando sobre seu caráter interdisciplinar. Podemos perceber que a visão interdisciplinar do pesquisador deve ser bastante aguçada para dar conta de uma análise completa das motivações acerca dos topônimos, considerando várias áreas do conhecimento.</p> Elis Larisse Gonçalves Expedito Eloísio Ximenes Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 47 61 10.22481/el.v21i1.10199 Renovação da antroponímia em Portugal. O que os dados dos séculos XX E XXI mostram (Renewal of anthroponymy in Portugal. What data from the 20th and 21st centuries show) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10088 <p>A presente reflexão tem por objetivo descrever as mudanças ocorridas na antroponímia recente — dos séculos XX e XXI — de Portugal, por efeito de importação de nomes de origem estrangeira. Mais especificamente, são analisados alguns dos reflexos que a inclusão de nomes de origem brasileira têm no acervo antroponomástico de prenomes de Portugal e na ampliação renovada deste. A metodologia usada para avaliar o influxo de prenomes não portugueses no acervo onomástico de Portugal assenta em (i) dados oficiais do Instituto de Registos e Notariado de Portugal e do INE-DGPJ/MJ-Aquisição e Atribuição da Nacionalidade Portuguesa e, no que diz respeito aos dados do Português do Brasil, (ii) nos que estão compilados nos acervos do IBGE, nomeadamente no Censo Demográfico de 2010 e no <a href="https://dicionariodenomesdobrasil.com.br/">https://dicionariodenomesdobrasil.com.br/</a>. Os resultados obtidos apontam para uma pluralidade e renovação ortográfica em Portugal, por força da integração de numerosos prenomes brasileiros registados na origem com uma significativa profusão de variantes ortográficas.</p> Graça Rio-Torto Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 62 82 10.22481/el.v21i1.10088 Antropônimos esporádicos no português do Brasil: o caso das construções [MC X]N (Nonce anthroponyms in Brazilian portuguese: the [MC X]N constructions case) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10356 <p>Neste trabalho, foram analisados antropônimos esporádicos a partir da formação [MC X]<sub>N</sub> no português brasileiro, a exemplo de <em>MC 50 reais</em>,<em> MC Cuscuz</em>,<em> MC Ortobom</em>,<em> MC Detran </em>e <em>MC Cidade Alerta</em>. Tais nomes foram empregados por usuários de redes sociais da internet e se referem a personalidades famosas, normalmente de forma pejorativa. Essas realizações de caráter esporádico, ainda que passíveis de sistematização, parecem não se encaixar de maneira apropriada nas categorias de antropônimos propostas por Leite de Vasconcelos (1928), Amaral (2011), Araujo (2013), Amaral e Seide (2020) e Soledade (2022). Nesse sentido, propôs-se, neste artigo, a categoria de “nomes esporádicos”, que foi analisada não só no que toca às práticas de nomeação, mas também quanto à configuração morfológica e à motivação semântica. Para esses dois últimos aspectos, aplicaram-se conceitos da Morfologia Construcional e da Semântica Cognitiva.</p> Natival Almeida Simões Neto Letícia Santos Rodrigues Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 83 109 10.22481/el.v21i1.10356 Sinonímia e parassinonímia de corradicais na família lexical de usura, ae: panorama românico (Co-radical synonymy and parasynonymy in t he lexical family of usura, ae in the Romance languages: overview) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10376 <p>Toma-se como objeto precípuo deste estudo um conjunto de vocábulos que podem ser considerados sinônimos/parassinônimos corradicais na família lexical românica de <em>usura, ae</em>, ou seja, aqueles sinônimos/parassinônimos que partilham a mesma base, mas divergem nos afixos ou operações morfológicas que os constituem. A comparação interlinguística se debruça sobre nove línguas do grupo românico – castelhano, catalão, francês, galego, italiano, occitano, português, romeno e sardo – e sobre o latim, em diferentes períodos de suas diacronias, com dados recolhidos através de repertórios lexicográficos gerais, etimológicos e históricos, além de <em>corpora </em>eletrônicos. A análise realizada elege como aporte teórico a Semântica de <em>Frames</em> (FILLMORE, 1982), considerando o enquadramento ou <em>framing</em> da cena evocada por cada lexia em seus contextos de uso como fator determinante nos sentidos que assume. Demonstra-se a vitalidade e a variedade de formas atuais e históricas, cujos padrões de variação e distribuição parecem se alinhar a divisões tradicionais da România.</p> Mailson dos Santos Lopes Matheus Machado Pinto Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 111 146 10.22481/el.v21i1.10376 As partidas do tempo: catálogo do léxico patente no livro primeiro do Reportório de André de Avellar (1594) (The time and its parts: lexicon catalog in the 1st book from André de Avellar’s Reportório (1594)) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10201 <p>Na Península Ibérica, houve um notável interesse no movimento dos astros, principalmente, durante o reinado de Afonso X de Castela. Nesse período ocorreu a tradução de textos astronômicos e filosóficos da Grécia e do Oriente em um movimento que ficou conhecido como a Escola de Tradutores de Toledo. Nos séculos XV e XVI, esse foi tema de muitas impressões, entre as quais figuram os primeiros <em>reportórios dos tempos</em>, produções que atendiam a demanda por textos astronômicos e astrológicos. Neste trabalho, com base na análise descritiva da terceira edição da <em>Chronographia ou reportorio dos tempos</em>, impressa em 1594, e da biografia de seu autor, André de Avellar, apresentam-se considerações sobre o valor testemunhal dos <em>reportórios</em> remanescentes e anotações interpretativas sobre 19 itens lexicais patentes no livro primeiro da obra, intitulado <em>Do tempo e suas partes</em>, empreendidas com base na transcrição do excerto e de acordo com os pressupostos metodológicos da lexicografia histórico-variacional.</p> Lisana Rodrigues Trindade Sampaio Alan Souza da Silva Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 147 166 10.22481/el.v21i1.10201 Lexias de origem africana no português falado em Luanda-Angola (Lexical units of African origin in Portuguese spoken in Luanda-Angola) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10233 <p>O presente trabalho tem como objetivo identificar e apresentar algumas lexias de origem africana no português falado em Luanda, a fim de testar a hipótese de que há lexias de base africana no português falado em Luanda e que algumas assumem um novo significado, levando em consideração as situações de contato linguístico. Como metodologia, consideraram-se, primeiramente, as lexias presentes no <em>corpus</em> e, com o auxílio da ferramenta computacional <em>AntConc,</em> elaborou-se uma lista de palavras passíveis de análise. As análises foram feitas considerando as obras de Assis Júnior (1947), Castro (2001; 2002) e Coutinho (2010). Os resultados confirmam que existem lexias de base africana na língua portuguesa falada em Luanda e que algumas delas assumem significados diferentes dos tradicionais. Esses fatos se devem ao contato das línguas nativas com o português.</p> Josimar Santana Silva Silvana Silva de Farias Araújo Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 167 189 10.22481/el.v21i1.10233 Processos de nomeação de escravizados e forros em documentos coloniais (Naming processes for slaves and freedmen in colonial ) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10367 <p>No período colonial, quando cerca de 12,5 milhões de indivíduos foram sequestrados em África e trazidos como mercadoria para a América portuguesa. Além da privação de liberdade, da perda dos laços de família e dos horrores da viagem, os escravizados sofreram o apagamento de suas identificações, pela substituição de seus nomes africanos por nomes cristãos, em língua portuguesa, quando da imposição do batismo. Neste artigo, por meio da análise crítico-filológica, aliada ao estudo dos antropônimos aplicados a documentos coloniais contidos nos Livros do Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia, examinam-se alguns dos processos de nomeação da população de cativos e libertos. Dentre os resultados alcançados, a pesquisa mostrou que através de diversos epítetos o propósito principal de agregar nomes aos escravizados é determinar sua natureza e aptidão para o trabalho, sendo possível, assim, compreender aspectos importantes da sociedade no período.</p> Norma Suely Pereira Rafaela Muniz de Andrade Copyright (c) 2023 Autores e Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 191 208 10.22481/el.v21i1.10367 Um olhar sobre o léxico empregado na comunidade quilombola Rio das Rãs, Bahia (A look at the lexicon used in the quilombola community Rio das Rãs, Bahia) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/10627 <p>Este trabalho apresenta um estudo sobre parte do léxico da comunidade quilombola Rio das Rãs, localizada no município de Bom Jesus da Lapa, Bahia. O Objetivo é verificar se os vocábulos <em>escanchar, estuporar, padiola, penacho, porunga, rifurão e sargabunda </em>encontram-se registrados em dicionários do português; se sim, desde quando, ou se consistem em inovações dos membros dessa comunidade. Parte-se do presente, seguindo o modelo laboviano, ao coletarem-se os dados por meio de 24 entrevistas orais registradas em inquéritos com duração de 50 minutos cada; volta-se ao passado, ao consultarem-se dicionários de Bluteau (1712-1728); Moraes Silva (1789) e Houaiss (2001). Os resultados indicam que, dos vocábulos analisados, <em>escanchar, estuporar, padiola, penacho </em>e<em> porunga </em>estão dicionarizados por Bluteau (1712-1728), Moraes Silva (1789) e Houaiss online (2001), apresentando&nbsp; praticamente as mesmas acepções apresentadas pelos falantes de Rio das Rãs, e apenas dois vocábulos <em>rifurão</em> e <em>sargabunda</em> não foram localizados nos dicionários selecionados.</p> Juscimaura Cangirana Elisângela Gonçalves Copyright (c) 2023 Estudos da Língua(gem) https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 209 227 10.22481/el.v21i1.10627 Estudos do Léxico nas trilhas da Linguística Histórica (The Lexicon Studies, on the trails of Historical Linguistics) https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/13303 <p>.</p> Elisângela Gonçalves Juliana Soledade Mário Eduardo Viaro Copyright (c) 2023 https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2023-07-31 2023-07-31 21 1 3 8 10.22481/el.v21i1.13303