Construções parentéticas epistêmicas no português angolano e moçambicano (Epistemic parenthetical constructions in Angolan and Mozambican Portuguese: convergences and divergences)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v18i1.6100

Palavras-chave:

Construções parentéticas epistêmicas, Linguística centrada no uso, Abordagem construcional, Esquematicidade., Português angolano e moçambicano

Resumo

Este artigo pretende analisar, quanto à propriedade esquematicidade, construções parentéticas epistêmicas quase-asseverativas de base clausal verbal portuguesas, instanciadas por microconstruções como (eu) creio que, (eu) acho que, (eu) penso que, de um lado, e (eu) creio, (eu) acho, (eu) penso, do outro. Para análise dessas construções, assume-se como orientação teórico-metodológica a Linguística Funcional Centrada no Uso, com ênfase na abordagem construcional da gramática e mudança linguística. A investigação se baseia em ocorrências empíricas das variedades angolana e moçambicana do português contemporâneo, extraídas do banco de dados do Corpus do Português. Os resultados mostram que: (i) a rede construcional dos parentéticos analisados apresenta dois subesquemas: [(SUJP1)VEpist Compl]Parent e [(SUJP1)VEpist]Parent; (ii) os dois subesquemas ocorrem no português angolano e moçambicano, havendo diferença quanto à produtividade; (iii) nas microconstruções, os verbos epistêmicos que mais ocorrem são achar (português moçambicano) e crer (português angolano e moçambicano).

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Biografia do Autor

Cristina dos Santos Carvalho, Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Brasil)

Cristina dos Santos Carvalho possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1992), graduação em Bacharelado em Letras Vernáculas pela Universidade Federal da Bahia (1993), mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (1997) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (2004).Concluiu Estágio Pós-Doutoral na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em janeiro de 2018. Atualmente, é Professora Plena da Universidade do Estado da Bahia e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL).Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Linguística e Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: variação e mudança linguísticas, funcionalismo, sentenças complexas, gramaticalização e abordagem construcional da gramática.

Antonio Ralf da Cunha Carneiro, Universidade do Estado da Bahia (UNEB)

Antonio Ralf da Cunha Carneiro é graduando em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas na Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus XIV), em Conceição do Coité - Bahia.  É bolsista de Iniciação Científica (IC), desde 2018, no projeto Construções parentéticas epistêmicas em variedades do português: variação e mudança, no qual examina dados do português moçambicano contemporâneo. Atualmente, tem bolsa de IC pelo CNPq. Atua principalmente nos seguintes temas: variação e mudança linguísticas, funcionalismo e abordagem construcional da gramática.

Wesley da Silva Magalhães, Universidade do Estado da Bahia (UNEB/Brasil)

Wesley da Silva Magalhães é graduando em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas na Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus XIV), em Conceição do Coité - Bahia. É bolsista de Iniciação Científica (IC), desde 2018, no projeto Construções parentéticas epistêmicas em variedades do português: variação e mudança, no qual examina dados do português angolano contemporâneo. Atualmente, tem bolsa de IC pelo CNPq. Atua principalmente nos seguintes temas: variação e mudança linguísticas, funcionalismo e abordagem construcional da gramática.

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Publicado

2020-04-30

Como Citar

CARVALHO, C. dos S.; CARNEIRO, A. R. da C.; MAGALHÃES, W. da S. Construções parentéticas epistêmicas no português angolano e moçambicano (Epistemic parenthetical constructions in Angolan and Mozambican Portuguese: convergences and divergences). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 18, n. 1, p. 105-123, 2020. DOI: 10.22481/el.v18i1.6100. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/6100. Acesso em: 29 mar. 2024.