Desenvolvimento de gêmeos monozigóticos: linguagem e outras especificidades (Development of monozygitic twins: language and other specificities)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v17i1.5315

Palavras-chave:

Linguagem, gêmeos, alteração de linguagem.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir sobre a gemelaridade, passando pela concepção, a gestação e o momento perinatal até chegar às questões relativas à singularidade do “ser gêmeo idêntico”, à alteração de linguagem e à gemelaridade. Nesse sentido, o texto ressalta a importância que o grupo familiar de gêmeos tem na formação e identificação da criança gêmea como um ser social, o que ocorre via linguagem. A linguagem é considerada de forma relevante no processo de constituição do indivíduo como sujeito social, enquanto a constituição da identidade desse sujeito ocorre no contexto das relações, na ordem do social e do intrafamiliar.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Naraí Lopez Barbetta, Universidade São Francisco (USF/Brasil)

Naraí Lopez Barbetta é fonoaudióloga, doutora e mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Estadual de Campinas. Tem vasta experiência na área de Fonoaudiologia, no âmbito de clínica e docência, atuando principalmente nos seguintes temas: linguagem, gêmeos monozigóticos, grupo familiar, grupoterapia, alterações neurológicas e clínica geral.

Ivone Panhoca, Universidade de Mogi das Cruzes (UMC/Brasil)

Ivone Panhoca é fonoaudióloga, doutora e mestre Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, como pós-doutoramentos na University of Houston – Speech Pathology Department (Texas/USA), em 1998; na Washington University in St. Louis – Education Department (Missouri/USA), 2000; na Universidad de Salamanca/España – Centro de Ciencias Sociales (2000) e na Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Estudos da Linguagem (2011). É docente do Mestrado em Políticas Públicas da Universidade de Mogi das Cruzes e Professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. É membro do GELEP – Grupo de Estudos da Linguagem no Envelhecimento e nas Patologias – UNICAMP/CNPq, do GRUPPU – Grupo de Pesquisas em Políticas Públicas – UMC/CNPq e do GPEN – Grupo de Pesquisa e Estudos em Neurolinguóstica (UESB/CNPq).

Referências

ANDRADE, L.; MARTINS, M. M.; ANGELO, M.; MARTINHO, J. A família na vivência da gemelaridade – Revisão sistemática. Texto & Contexto – Enfermagem, Florianópolis, v. 23, n. 3, p. 758-766, 2014.
BAKKER, P. Autonomous languages of twins. Acta Genet Med Gemellol (Twin Res), n. 36, p. 233-238, 1987.
BARBETTA, N. L. Sobre o desenvolvimento de linguagem de gêmeos monozigóticos. Revista CEFAC, v. 11, suplemento 2, p. 154-160, 2009.
______.; PANHOCA, I. Gêmeos idênticos no grupo terapêutico fonoaudiológico: a construção da linguagem e da subjetividade. Pró-Fono Revista Atualização Científica, v. 15, n. 2, p. 139-148, 2003.
______.; ______.; ZANOLLI, M. L. Gêmeos monozigóticos: revelações do discurso familiar. Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, v. 13, n. 3, p. 267-271, 2008.
BEIGUELMAN, B. O estudo de gêmeos. São Paulo: Sociedade Brasileira de Genética, 2008.
______.; COLLETO, G. M. D. D.; FRANCHI-PINTO, C.; KRIEGER, H. Birth weight of twins: 2. Fetal genetic effect on birth weight. Genetics and Molecular Biology, v. 21, n. 1, p. 155-158, 1998.
______.; FRANCHI-PINTO, C. Perinatal mortality among twins and singletons in a city in southeastern Brazil, 1984-1996. Genetics and Molecular Biology, v. 23, n. 1, p. 15-23, 2000.
BISHOP, D. V. M. The underlying nature of specific language impairments. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v. 33, n. 1, p. 3-66, 1992.
______.; BISHOP, S. J. Twin language: risk factor for language impairment? Journal of Speech, Language, and Hearing Research, v. 41, p. 150-160, 1998.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Indicadores Demográficos. In: ______. Indicadores e Dados Básicos – Brasil – 2012. Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def> e < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def>. Acesso em: 16 ago. 2017.
______. MS/SVS/DASIS – Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC – 2015. Disponível em: < http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinasc/cnv/nvuf.def>. Acesso em: 16 ago. 2017.
CAVALCANTI, A.; XAVIER, C. Aspectos do desenvolvimento da linguagem em crianças com história de prematuridade. Temas sobre desenvolvimento, v. 4, n. 22, p. 18-31, 1995.
CIAMPA, A. C. A estória do Severino e a história da Severina. São Paulo: Brasiliense, 2001.
CLARK, P. M.; DICKMAN, Z. Features of Interaction in Infant Twins. Acta Genet Med Gemellol, v. 33, p. 165-71, 1984.
DAY, E. The development of language in twins. Child Development, v. 3, p. 298-316, 1932.
DODD, B.; MCEVOY, S. Twin Language or Phonological Disorder? Journal of Child Language, v. 21, p. 273-90, 1994.
DOUGLAS, J. E.; SUTTON, A. The development of speech and mental processes in a pair of twins: a case study. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v. 19, p. 49-56, 1978.
FRANCHI-PINTO, C.; COLLETO, G. M. D. D.; KRIEGER, H.; BEIGUELMAN, B. Genetic effect on apgar score. Genetics and Molecular Biology, v. 22, n. 1, p. 13-16, 1999.
GEJÃO, M. G. et al. Evolução comunicativa em gemelares com atraso no desenvolvimento da linguagem. Revista CEFAC, v. 16, n. 3, p. 1013-1020, 2014.
HAY, DA; PRIOR, M.; COLLETT, S.; WILLIAMS, M. Speech and Language Development in Preschool Twins. Acta Geneticae Medicae Et Gemellologiae, v. 36, p. 213-223, 1987.
KLEIMAN, A. B. A construção de identidades em sala de aula: um enfoque interacional. In: SIGNORINI, I. (Org.). Língua(gem) e identidade. Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 267-302.
LEWIS, B. A.; THOMPSON, L. A. A study of developmental speech and language disorders in twins. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, v. 35, p. 1086-1094, 1992.
LURIA, A. R.; YUDOVICH, F. I. Linguagem e Desenvolvimento Intelectual na Criança. 2. ed. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 1987.
LYTTON, H.; CONWAY, D.; SAUVE, R. The impact of twinship on parent-child interaction. Journal of Personality and Social Psychology, v. 35, p. 97-107, 1977.
MALMSTROM, P. M.; POLAND, J. Criando filhos gêmeos. São Paulo: M Books, 2004.
MCMAHON, S.; DODD, B. A Comparison of the Expressive communication Skills of Triplet, Twin and Singleton Children. European Journal of Disorders of Communication, v. 32, p. 328-345, 1997.
MOGFORD-BEVAN, K. Desenvolvimento de linguagem em gêmeos. In: BISHOP, D.; ______. Desenvolvimento da linguagem em circunstâncias excepcionais. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. p. 99-122.
______. Developmental language impairments with complex-origins: learning from twins and multiple birth children. Folia Phoniatrica et Logopaedica, v. 52, p. 74-82, 2000.
______.; BISHOP, D. Five questions about language acquisition considered in the light of exceptional circunstances. In: ______.; ______. (Ed.). Language development in Exceptional Circunstances. Hove: Erlbaum, 1993. p. 239-260.
MOUSINHO, R. et al. Aquisição e desenvolvimento da linguagem: dificuldades que podem surgir neste percurso. Revista Psicopedagogia, v. 25, n. 78, p. 297-306, 2008.
PENNA, M. Relatos de migrantes: questionando as noções de perda de identidade e desenraizamento. In: SIGNORINI, I. (Org.). Língua(gem) e identidade. Campinas: Mercado de Letras, 2001. p. 89-112.
PINKER, S. Tábula Rasa – negação contemporânea da natureza humana. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
PINO, A. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança na perspectiva de Lev S. Vigotski. São Paulo: Cortez, 2005.
REED, V. A. An introduction to children with language disorders. New-York: Macmilian, 1994.
RUTTER, M.; REDSHAW, J. Annotattion: Growing up as a Twin: Twin-Singleton Differences in Psychological Development. Journal of Child Psychology and Psychiatry, v. 32, n. 6, p. 885-895, 1991.
SEGAL, N. Indivisible by two: lives of extraordinary twins. Cambridge: Harvard University Press, 2007.
SMITS, J.; MONDEN, C. Twinning across the developing world. PLoS One. v. 6, n. 9, 2011. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3182188/pdf/pone.0025239.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2017.
STARK, R. E.; TALLAL, P. Selection of children with specific language deficits. Journal of Speech and Hearing Disorders, v. 46, p. 114-22, 1981.
SYDER, D. Introdução aos distúrbios da comunicação. Rio de Janeiro: Revinter, 1997.
THORPE, K.; GREENWOOD, R.; EIVERS, A.; RUTTER M. Prevalence and developmental course of ‘secret language’. International Journal of Language & Communication Disorders, v. 36, n. 1, p. 43-62, 2001.
TOMBLIN, J. B.; BUCKWALTER, P. R. Heritability of poor language achievement among twins. Journal of Speech, Language, and Hearing Research, v. 41, p. 188-199, 1998.
VIEIRA, A. O. M.; BRANCO, A. U. Cultura, crenças e práticas de socialização de gêmeos monozigóticos. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 16, n. 3, p. 575-593, 2010.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes; 1989.

Downloads

Publicado

2019-03-31

Como Citar

BARBETTA, N. L.; PANHOCA, I. Desenvolvimento de gêmeos monozigóticos: linguagem e outras especificidades (Development of monozygitic twins: language and other specificities). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 17, n. 1, p. 93-107, 2019. DOI: 10.22481/el.v17i1.5315. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/5315. Acesso em: 18 abr. 2024.