A escravidão e seus locais de memória – O Rio de Janeiro e suas “maravilhas”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v0i2.1556

Palavras-chave:

Valongo, Africanos, Memória

Resumo

O Rio de Janeiro colonial e escravista é um contraste à ideia de cidade maravilhosa. Apesar do esforço atual de inserir o quesito “maravilha” na região portuária, foi por ela que milhares de africanos destinados a escravização chegaram. O texto reflete sobre o Cais do Valongo e o cemitério dos pretos novos, tratando-os como locais de memória do tráfico e dos descendentes de africanos escravizados. Os diferentes usos públicos e políticos feitos desses locais também serão tratados uma vez que tem recebido diferentes atenções por parte das esferas pública e privada, e também internacional, como a UNESCO. A área teve sua memória constantemente trabalhada desde o Império tendo na República dois momentos: Pereira Passos e a grande remodelação da cidade no início do século XX e recentemente diante das obras de revitalização do Porto.

Palavras-chaves: Valongo, africanos, memória.

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Publicado

2017-03-01

Como Citar

Moraes, R. F. (2017). A escravidão e seus locais de memória – O Rio de Janeiro e suas “maravilhas”. ODEERE, 1(2), 33-58. https://doi.org/10.22481/odeere.v0i2.1556