Negros, morenos e quilombolas: resistência e mobilização étnico-política das comunidades quilombolas do Arrojado (Portalegre/RN) e de Queimadas (Currais Novos/RN)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v5i9.6665

Palavras-chave:

escravidão, história, identidade étnica, cidadania e racismo

Resumo

Este artigo analisa os processos de resistência negra em duas comunidades quilombolas, a do Arrojado em Portalegre/RN e a de Queimadas em Currais Novos/RN. A discussão aqui proposta pretende relacionar as ideias de África, exílio e sertão ao contexto da escravidão e do colonialismo e, por conseguinte, compreender os usos e apropriações de categorias identitárias, como quilombolas, dentro de processos políticos de afirmação étnica e do enfrentamento ao racismo. A intenção é discorrer os efeitos da luta pelo reconhecimento étnico na reorganização social e política das referidas comunidades, assim como no recontar ou reescrever uma história que é marcada pela memória da escravidão e por valores, representações e práticas que as vinculam aos seus territórios. Busca-se, portanto, acompanhar a luta política dos quilombolas que visa o reconhecimento identitário e assegurar o exercício da cidadania frente aos aparatos de Estado.

Palavras-chaves: escravidão, história, identidade étnica, cidadania e racismo.

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Publicado

2020-06-30

Como Citar

Vieira, J. G., Santos, M., & Souza, M. J. da S. (2020). Negros, morenos e quilombolas: resistência e mobilização étnico-política das comunidades quilombolas do Arrojado (Portalegre/RN) e de Queimadas (Currais Novos/RN). ODEERE, 5(9), 251-280. https://doi.org/10.22481/odeere.v5i9.6665