O POVO MONGOIÓ: DA LEMBRANÇA AO ESQUECIMENTO NAS REPRESENTAÇÕES DOS MORADORES DA CIDADE DE ITAPETINGA-BA

Autores

  • Jussara Tânia Silva Moreira

DOI:

https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4056

Palavras-chave:

Campo. Religião. Cultura. Indígena.

Resumo

O objetivo desse artigo é considerar que mesmo sendo negado oficialmente, existe na cidade de Itapetinga-BA uma memória que mostra a ancestralidade do povo Mongoió (Kamakan) no local. Para tanto, partimos dos dados de nossas pesquisas, sobretudo, da nossa tese de doutoramento quando analisamos entre os anos de 1938 a 2013, a origem e a consolidação dos Batistas na constituição do desenvolvimento urbano de Itapetinga; buscando compreender, como ocorreu esse processo de estabilização religiosa na cidade. Em decorrência desta investigação, do elemento cultural-religioso e da economia pecuarista da cidade, percebemos uma dicotomia entre os discursos oficiais e as lembranças dos recordadores sobre os indígenas. Tal perspectiva, assinalou para o conceito de campo, de representação e de capital cultural, encontrados na contribuição bourdieusiana, quando reconhece que o mundo social está condicionado por estruturas objetivas, independentes da consciência e da vontade do ser humano. Assim, a luz da abordagem qualitativa e da utilização do instrumento metodológico da memória chegamos as lembranças dos homens e das mulheres itapetinguenses, que sem abandonar a atualidade, acabou por trazer à tona as provas da existência do indígena no passado local. 

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Publicado

2018-07-26

Como Citar

Moreira, J. T. S. (2018). O POVO MONGOIÓ: DA LEMBRANÇA AO ESQUECIMENTO NAS REPRESENTAÇÕES DOS MORADORES DA CIDADE DE ITAPETINGA-BA. Revista Binacional Brasil-Argentina: Diálogo Entre As Ciências, 7(1), 13-38. https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4056

Edição

Seção

Dossiê Temático