Moçambique e suas complexidades educacionais: tensões e resistências nos processos de educação
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v18i49.10602Palavras-chave:
resistência, memória, MoçambiqueResumo
Este artigo problematiza as discussões sobre tensões e resistências nos processos de educação moçambicana, buscando compreender como tais processos se fazem presentes nos múltiplos espaços e tempos históricos, tendo em conta as complexidades que caracterizam o país. A expressão espaçotempo é usada neste trabalho para compreender que não podemos separar essas dimensões ao tentar entender o cotidiano, tratando espaço tempo de forma não dicotomizada. Em termos metodológicos, adotou-se o materialismo histórico, de origem marxista. Para tal, elencou-se como categorias do método e de análise: contradição, hegemonia e ideologia. Nos procedimentos metodológicos, recorreu-se em primeiro lugar, a pesquisa bibliográfica, investigando as ideias de diversos autores e pesquisadores que abordam o assunto, e em segundo lugar, a pesquisa de campo, em que se realizou a coleta de dados através de entrevista-semiestruturada. Por último, fez-se uma síntese das ideias dos autores e dos sujeitos da pesquisa, acrescentando outras ideias, articuladas com os objetivos e as questões da pesquisa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa da história oral, pautada nas possibilidades de produzir conhecimento sobre como os sujeitos em múltiplos espaçostempos se tornam/aram leitores e escritores. Constituiu-se como fontes orais, as memórias de 15 narradores, mediados por vestígios do passado e por desejos do futuro, que ressignificam a história da educação em Moçambique. Os resultados da pesquisa despontam a re-existência de diferentes contextos em que ocorrem as práticas pedagógico-educativas e a forma como os sujeitos os percebem e estabelecem suas relações.
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