SEXO OPOSTO, SUBMISSO E DEPENDENTE: A REPRESENTAÇÃO DA MULHER E SEU IMPACTO NA HOMOFOBIA
DOI:
https://doi.org/10.22481/rccd.i6.15252Palavras-chave:
Violência de gênero, Hierarquia de gênero, Homoafetividade, Relações sociais, HomofobiaResumo
O presente artigo trata da violência contra a mulher observada através de óticas que justificam a sua representação enquanto o sexo ‘oposto’, ‘submisso’ e ‘dependente’ e seus impactos na homofobia. O objetivo torna-se, portanto, compreender de que modo a violência contra a mulher sob tais óticas interfere na homofobia. Para tanto, foi utilizada uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório com arcabouço teórico, mediante pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos, jornais, jurisprudências, registros processuais e relatórios estatísticos. Ao final, foi possível concluir que a ordem binária dos sexos e sua decorrente polarização nutre a delimitação de espaços permitidos tanto para as mulheres quanto para os homossexuais, além de que a obrigação reprodutiva controla e subverte o corpo da mulher e o sexo homossexual, não reprodutivo. Nesse entrelaço, a inferioridade feminina e a homofobia tornam-se produtos da desigualdade de gênero; a sociedade cria regras e normas permissivas ou limitativas a fim de influenciar e exercer controle sobre as relações sociais.
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