A ARTE DE BEM VIVER: APROXIMAÇÕES ENTRE O ESTOICISMO E A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/aprender.i27.10723

Palavras-chave:

Estoicismo, Terapia Cognitivo-Comportamental, Bem-viver

Resumo

A arte de bem-viver ou felicidade (eudaimonia) foi o centro das preocupações de muitos filósofos no campo da ética. É claro que o bem-estar do indivíduo não depende só de suas escolhas, mas de uma série de fatores que fogem ao seu controle, como ter onde morar, trabalhar, as interações sociais, condições de saúde, etc. Os filósofos estoicos direcionaram suas reflexões para as modificações que o sujeito pode realizar em si mesmo através de práticas e exercícios que constituiriam, nas palavras de Foucault, as tecnologias do cuidado de si capazes de nos proporcionar a tranquilidade da alma e equilíbrio mental.  Atualmente, os cuidados da alma estão entregues, em grande medida, aos psicólogos, mas ainda podemos ver muitos pontos de contato entre a filosofia estoica e certas práticas terapêuticas. Nesse artigo, apresentaremos como os estoicos pretendiam realizar uma terapia filosófica da alma e como muitas de suas ideias filosóficas permanecem como fundamentos de determinadas correntes da Psicologia, particularmente da Terapia Cognitivo-Comportamental de Albert Ellis e Aaron Beck. Além dessas aproximações, exploraremos também os pontos de afastamento e especularemos se a filosofia dos estoicos teria ainda algo a nos dizer sobre o bem-viver no mundo contemporâneo.

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Biografia do Autor

Felipe Costa de Oliveira, UESC

Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Josué Candido Silva, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

Doutor em Filosofia pela PUC-SP. Professor pleno da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

Costa de Oliveira, F. ., & Silva, J. C. (2022). A ARTE DE BEM VIVER: APROXIMAÇÕES ENTRE O ESTOICISMO E A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. APRENDER - Caderno De Filosofia E Psicologia Da Educação, (27), 84-99. https://doi.org/10.22481/aprender.i27.10723