@article{M. Picanço Favacho_2018, title={A PEDAGOGIA COMO PRÁTICA DISCURSIVA E A INSURREIÇÃO DOS SABERES}, url={https://periodicos2.uesb.br/index.php/aprender/article/view/3198}, abstractNote={<p>A palavra prática, na obra do filósofo Michel Foucault, não quer dizer a atividade de um sujeito, mas designa a existência objetiva e material de certas regras a que o sujeito está submetido desde o momento em que pratica o discurso. O mesmo ocorre com a palavra discurso, pois não se trata apenas de uma construção de frases que designam as coisas ou palavras organizadas para produzir um sentido. Ao contrário, para Foucault, os discursos são práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam. Então, uma prática discursiva põe em ação os discursos que estão envolvidos num certo jogo da verdade para compor um olhar sobre o mundo e as coisas. É da complexa constelação dos discursos que se constituem as práticas. Nesse sentido, a pedagogia, como prática discursiva, não é senão uma perspectiva, isto é, uma-maneira-de-ver-as-coisas, em que muitos outros discursos estão em jogo ou fora do jogo. Entretanto, em tempos em que a ciência conseguiu a tal ponto analisar anatomicamente o homem, como diz Dostoievski, não é de se admirar que muitos saberes, considerados desclassificados, foram expulsos dessa prática discursiva; não é de se admirar que exista, como denominou Foucault, uma “insurreição” dos saberes sujeitados. Repousa, nessa exclusão, uma luta, uma guerra entre saberes que não cessa de “borrar”, de atrapalhar os planos científicos. Eis porque a pedagogia, enquanto ciência, padece por ter expulsado os saberes que insistem em constituí-la.</p>}, number={6}, journal={APRENDER - Caderno de Filosofia e Psicologia da Educação}, author={M. Picanço Favacho, André}, year={2018}, month={mar.} }