O papel da mulher na produção e reprodução do trabalho no capitalismo à luz de alguns conceitos
DOI:
https://doi.org/10.22481/ccsa.v19i33.10474Resumo
O objetivo deste artigo foi abordar a discussão empreendida em torno do papel da mulher na produção e reprodução da força de trabalho no capitalismo, observando fatores históricos, sociais e econômicos. Para isso, fez-se uma revisão de literatura, enfocando aspectos da inserção do trabalho feminino no capitalismo, com base nas dimensões da produção e reprodução social, de modo a enfatizar elementos sínteses da discussão. Nessa perspectiva, o procedimento técnico utilizado foi a pesquisa bibliográfica, de natureza exploratória, com a finalidade de mapear conceitos considerados relevantes no campo da tradição mais crítica, a exemplo das contribuições de Kergoat (2009), Saffioti (2015) e Hirata (2017), entre outras. Diante do que se discutiu, é possível argumentar que a divisão sexual do trabalho interfere de modo a naturalizar as atividades desenvolvidas pelas mulheres e pelos homens na sociedade e esse processo prejudica a vida das trabalhadoras. Assim, as fontes consultadas levantam questões, visto que os trabalhos considerados de maior valor social continuam reservados aos homens e os de cuidado e de reprodução da força de trabalho, indispensáveis à produção e reprodução da vida, são realizados de forma gratuita pelas mulheres, permanecendo invisíveis e desvalorizados. Além da reprodução social, observa-se um agravamento da condição socioeconômica da mulher negra em relação à mulher branca, ser mulher e ser negra agudizam as desigualdades sociais. Nesse sentido, é importante discutir relações sociais considerando sexo, raça e classe no mercado de trabalho, na produção e reprodução capitalista, porque a sociedade é atravessada pela marca do sexo, da raça e da classe.
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