Teoria Fonológica e Variação Lingüística (Phonological Theory and Language Variation)

Autores

  • Marco Antonio de Oliveira Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas/Brasil) http://orcid.org/0000-0002-9617-5125
  • Seung Hwa Lee Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v3i1.1008

Palavras-chave:

Teoria Fonológica, Variação lingüística, Percepção, Produção, OT

Resumo

As análises lingüísticas têm exibido, majoritariamente, desde o estruturalismo, uma inclinação por modelos de produção. Pouca atenção tem sido dada à percepção. Além disso, a variação lingüística não tem sido a preocupação maior dos modelos teóricos propostos. Na verdade, ela tem sido excluída da maioria deles. Recentemente a teoria fonológica vem se ocupando da variação lingüística, mas, novamente, pendendo pela produção (na maioria das vezes) ou pela percepção. O que se pretende, aqui, é oferecer um esboço de modelo teórico que seja capaz, a partir da junção da produção com a percepção, de lidar com os fatos da variação. O modelo, operacionalizável em termos dos mecanismos da Teoria da Otimalidade, pretende, com base em princípios mais gerais da língua, alocar a variação num nível abstrato (percepção) e deixar a sua implementação (produção), no uso, sensível ao par {indivíduo-item lexical}.
PALAVRAS-CHAVE: Teoria Fonológica. Variação lingüística. Percepção. Produção. OT.

ABSTRACT
Linguistic analyses have shown, beginning with the structuralist school, a major tendency towards production models, with little attention to perception. Besides this, linguistic variation has not been one of the main subjects of these theoretical models; in fact it has been excluded from most of them. It is only recently that phonological theory has turned its attention to linguistic variation but, again, either to production, most of the time, or to perception, in a few cases. It is our goal here to draw an outline of a theoretical model which is capable to deal with the facts of variation from the standpoint of production and perception. This model, which can be formalized in terms of the OT apparatus, and on the basis of general principles of the language, intends to allocate variation to an abstract level (perception) and let its implementation (production), in language use, sensitive to the pair {individual-lexical item}.
KEYWORDS: Phonological theory. Variation. Perception. Production. OT.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marco Antonio de Oliveira, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas/Brasil)

Marco Antonio de Oliveira é doutor em Lingüística pela University of Pennsylvania, U.P., Estados Unidos. Foi professor da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Lingüística na Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professor do programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Minas Gerais. Líder dos grupos de pesquisa Descrição Sócio-Histórica das Vogais do Português (do Brasil), Descrição Sócio-Histórica do Português de Belo Horizonte e Leitura e Produção de Texto no Ensino-Aprendizagem de Língua Materna: Processos de Interlocução. membro do grupo de pesquisa A Construção Social do Sentido: dos Limites do Enunciado às Determinações da Enunciação. Autor e co-autor de vários artigos publicados em revistas especializadas, dentre os quais: Nem Tudo que Reluz é Ouro: L´ngua Escrita e Mudança Lingüística; Aspectos Fenomenológicos do Conceito de Rede: o Alep, Ubiqüidades; Variação do r Pós-consonantal no Português Brasileiro: um Caso de Mudança Fonotática Ativada por Cisão Primária. Co-autor da série: Língua Portuguesa – 1ª, 2ª, 3ª e 4ª série – Ensino Fundamental. Autor e co-autor de vários capítulos de livros, dentre os quais: Texto e Hipertexto: Referência e Rede no Processamento Discursivo; Variação Inter- e Intra-Dialetal no Português Brasileiro: Um Problema para a Teoria Fonológica; A controvérsia Neogramática Reconsiderada.

Seung Hwa Lee, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/Brasil)

Seung Hwa Lee é doutor em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas. Realizou pós-doutorado na University of Massachusetts at Amherst, U.M.A., Estados Unidos. Professor da graduação e do programa de Pós-Graduação em Lingüística na Universidade Federal de Minas Gerais. Bolsista de produtividade do CNPq. Autor de vários artigos publicados em revistas especializadas, dentre os quais: Teoria da Otimalidade e Mudança Lingüística: Evolução do Acento do Português; Sobre os Encontros Vocálicos no Português Brasileiro: uma Abordagem Baseada na Teoria da Otimalidade; Variação Lingüística e Representação Subjacente . Autor de vários capítulos de livros, dentre os quais: Primary Stress in Portuguese Non-Verbs, Formas de Entrada e Otimização do Léxico, Sobre a Formação de Diminutivo do Português Brasileiro, Teoria de Otimalidade e Silabificação do PB e co-autor do capítulo de livro Variação Inter- e Intra-Dialetal no Português Brasileiro: Um Problema para a Teoria Fonológica.

Referências

ANTTILA, A. Deriving Variation from Grammar. In: Hinskens, Frans; van Hout, Roeland; Wetzels, W. Leo. (Ed.). Variation, Change, and Phonological Theory. Amsterdam: John Benjamins, 1997. p. 35-68.
ANTTILA, A.; CHO, Y. Y. Variation and change in Optimality Theory. Lingua, n. 104, p. 31-56, 1998.
BAKOVIÆ, E.; KEER, E. Optionality and ineffability. In: LEGENDRE, Géraldine; GRIMSHAW, Jane; VIKNER, Sten. (Ed.). Optimality Theoretic Syntax. Cambridge: MIT Press, 2001. Also available as ROA 384-03100.
BLOCH, B. A set of postulates for phonemic analysis. Language, n. 24, p. 3-46, 1948.
BLOOMFIED, L. A set of postulates for the science of language. Language, n. 2, p. 153-164, 1926.
BLOOMFIED, L. Language. New York: Holt, Rinehart & Winston, 1933.
BOERSMA, P. How we learn variation, optionality, and probability. PROCEEDINGS OF THE INSTITUTE OF PHONETIC SCIENCES OF THE UNIVERSITY OF AMSTERDAM, 21., p. 43-58, 1997.
BOERSMA, P.; HAYES, B. Empirical tests of the gradual learning algorithm. Linguistic Inquiry, n. 32, p. 45-86, 2001.
BROIHIER, K. Optimality Theoretic Rankings with Tied Constraints: Slavic Relatives, Resumptive Pronouns and Learnability. Cambridge, Mass.: M.I.T. Press, 1995. [ROA-46].
CÂMARA JR., J. M. Introdução às Línguas Indígenas Brasileiras. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1965.
CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1970.
CHOMSKY, N. Aspects of the theory of syntax. Cambridge, Mass.: M.I.T. Press, 1965.
COETZEE, A. W. What it Means to be a Loser: Non-Optimal Candidates in Optimality Theory. University of Massachusetts: Ph.D., 2004.
COETZEE, A. W. Variation as Accessing “Non-Optimal” Candidates – A Rank-Ordering Model of EVAL. Draft. University of Michigan, 2005.
GUMPERZ, J. J. Social meaning in linguistic structures: code-switching in Norway. In: DIL, Anwar S. (Ed.). Language in social groups. Stanford: Stanford University Press, 1971. p. 274-310.
HAMMOND, M. An OT account of variability in Walmatjarri stress. Manuscript, University of Arizona and ROA, 1994.
HOENIGSWALD, H. The Annus Mirabilis 1876 and posterity. Transactions of the Philological Society, p. 17-35, 1978.
HYMES, D. H. Foundations in sociolinguistics. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.
JONES, D. The theory of phonemes, and its importance in practical linguistics. In: PROCEEDINGS [FIRST] INTERNATIONAL CONGRESS OF PHONETIC SCIENCES, p. 18-22, 1932.
JONES, D. The phoneme, its nature and use. Cambridge: W. Heffer & Sons, Ltd., 1950.
KAGER, R. Ternary Rhythm in Alignment Theory, ms, Utrecht University, 1994. [ROA-35].
KAGER, R. Optimality Theory. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
LEE, S. H. Sobre as vogais pré-tônicas no Português Brasileiro. Texto apresentado no 53o Seminário do GEL. UNESP-São Carlos, 2005.
LEE, S. H.; OLIVEIRA, M. A. de. Variação Inter- e Intra-Dialetal no Português Brasileiro: Um Problema para a Teoria Fonológica. In: OLIVEIRA, D. da H.; COLLISCHONN, G. (Org.). Teoria Lingüística: fonologia e outros temas. João Pessoa: Universitária, 2003. p. 67-91.
McCARTHY, J.; PRINCE, A. Faithfulness and reduplicative identity in Prosodic Morphology. In: DICKEY, Beckman; URBANCZYK, S. (Ed.). Papers in Optimality Theory. Amherst, MA: GLSA. 1995. p. 249-384.
McCARTHY, J. Introductory OT. On CD-ROM. Version 1.0. GLSA. Amherst, 1999.
McCARTHY, J. A Thematic Guide to Optimaluty Theory. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
OLIVEIRA, M. A. The neogrammarian controversy revisited. International Journal of the Sociology of Language, Berlin, n. 89, p. 93-105, 1991.
OLIVEIRA, M. A. Aspectos da difusão lexical. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte: Fale/UFMG, n. 1, p. 31-41, 1992.
OLIVEIRA, M. A. O léxico como controlador de mudanças sonoras. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte: Fale/UFMG, n. 4, p. 75-91, 1995.
PATER, J. Non-convergence in the GLA and variation in the CDA. Ms, UMASS, 2005. [ROA-780].
PESETSKY, D. Principles of Sentence Pronunciation. Ms, MIT, 1995. [ROA-42].
PRINCE, A.; SMOLENSKY, P. Optimality Theory: constraints Interaction in Generative Grammar. Report No. RuCCS-TR-54. New Burnswick, NJ: Rutgers University Center for Cognitive Science, 1993.
RIGGLE, J.; WILSON, C. Local Optionality. Handout from NELS 35. University of Connecticut, 2005.
SAUSSURE, F. de. Cours de linguistique générale. Paris: Payot, 1916.
TESAR, B.; SMOLENSKY, P. Learnability in Optimality Theory. Linguistic Inquiry, n. 29, p. 229-268, 1998.
TEYSSIER, P. História da Língua Portuguesa. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1984.
VAUX, B. Iterativity & Optionality Rough text of oral version read at NELS. Milwaukee: University of Wisconsin, 2002.
VAUX, B. Why the phonological component must be serial and rule-based. Rough draft. University of Wisconsin-Milwaukee, 2006.
WEINREICH, U.; LABOV, W. HERZOG, M. Empirical foundations for a theory of language change. In: LEHMANN, W. P.; MALKIEL, P. (Ed.). Directions for historical linguistics. Austin: University of Texas Press, p. 85-195, 1968.
ZUBRITSKAYA, K. Markedness and sound change in OT. In: BECKMAN, J. PROCEEDING OF THE NORTH EAST LINGUISTIC SOCIETY, 25. Amherst, MA: GLSA, p. 249-264, 1995.

Downloads

Publicado

2006-06-30

Como Citar

DE OLIVEIRA, M. A.; LEE, S. H. Teoria Fonológica e Variação Lingüística (Phonological Theory and Language Variation). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 3, n. 1, p. 41-67, 2006. DOI: 10.22481/el.v3i1.1008. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/1008. Acesso em: 4 nov. 2024.