Visão de oralidade e subjetividade da criança nas narrativas (Vision of orality and subjectivity of children in narratives)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v20i1.12072Palavras-chave:
Oralidade; Narrativas; Subjetividade.Resumo
A oralidade é vista nas legislações educacionais (PCNs, BNCC) tanto sob a ótica dos gêneros textuais, como sob a perspectiva de variação linguística. Por outro lado, é inegável que a oralidade está intimamente ligada à subjetividade e que essa perpassa por questões emocionais, singulares, sobre os quais a escola muitas vezes se omite, exigindo uma homogeneidade no trato da questão. Nesse capítulo, de revisão bibliográfica, tem-se como objetivo ressaltar a importância da oralidade na história do ser humano, avanços conseguidos na área da linguística e discutir a entrada da criança nas narrativas, como marca de singularidade do sujeito. Nesse percurso, tomamos, principalmente, como referencial teórico os trabalhos de Vygotsky (1991, 2001, 2004, 2008, 2018) e Volóchinov (2017), Marcuschi (2010), Rojo (2006, 2015) e Bakhtin (2011), François (1996, 2006, 2009), Perroni (1992), Brandão (2015). A conclusão aponta que, na Educação Infantil, a interação assume importância singular, pois a fala da criança é fortemente determinada pela situação de interação linguística.
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