Análise da fluência de leitura em pessoas com síndrome de Down: resultados do teste Cloze (Analysis of reading fluency in people with Down syndrome: Cloze test results)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v20i1.12082Palavras-chave:
Fluência de leitura; T21; Compreensão leitora; T21.Resumo
Objetivamos investigar a fluência de leitura em pessoas com síndrome de Down (sD), utilizando, para isso, o teste Cloze (TAYLOR, 1953; KLEIMAN, 1989). Nossa hipótese é a de que as especificidades da síndrome, como atraso cognitivo e de linguagem e o comprometimento de memória, fatores importantes no processamento do texto, prejudicarão a fluência de leitura e, consequentemente, a compreensão dos textos. Três pessoas com SD participaram deste estudo e foram submetidas a três testes Cloze: rígido (TAYLOR, 1953), Racional lexicais maiores e Racional lexicais menores (KLEIMAN, 1989). O teste consiste no lacunamento de um texto a ser recuperado pelo leitor. Nossos resultados mostraram que os três participantes alcançaram baixas pontuações nos três testes realizados, principalmente no Racional lexicais menores, o que evidencia baixa fluência de leitura e, portanto, comprometimento da compreensão do texto.
Downloads
Referências
ABBEDUTO, L.; WARREN, S. F.; CONNERS, F. A. Language development in Down syndrome: from the prelinguistic period to the acquisition of literacy. Ment Retard Dev Disabil Res Rev. v.13, n. 3, p. 247–261, 2007.
ANDRADE, R. V., LIMONGI, S. C. O. A emergência da comunicação expressiva na criança com síndrome de Down. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, v. 19, n. 4, p. 387-92, 2007.
BOWER, A.; HAYES, A. Short-term memory deficits and Down’s syndrome: A comparative study. Down Syndrome Research and Practice. v. 2, n. 2, p. 47-50, 1994.
BUCKLEY, S.; BIRD, G. Teaching children with Down`s syndrome to read. Down Syndrome Research and pratice, v. 1, n. 1, p. 34-39, 1993.
CARDOSO-MARTINS, C.; FRITH, U. Consciência fonológica e habilidade de leitura na síndrome de Down. Psicologia:Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 1-11, 1999.
CORTÉS-MONTER, D. R. Adquisición de la lectura en personas con síndrome de Down. In: ARAIAS-TREJO, N.; GARCÍA, O. (Eds.). Lenguaje y Cognicíon em el síndrome de Down, 2016. p 130-155.
DEHAENE, S. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
FERREIRA, T.; LAMÔNICA, D. A. C. Comparação do léxico de crianças com Síndrome de Down e com desenvolvimento típico de mesma idade mental. Revista CEFAC, vol. 14, núm. 5, pp. 786-791, 2012.
GOMES, A. L. L. Leitores com síndrome de Down: a voz que vem do coração. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2014.
GOODMAN, K. S. Miscues; windows on the reading process. In: GOODMAN, K. S., org. Miscues analysis; applications to reading instruction. Urbana, Illinois: Clearinghouse on Reading and Communicative Skills, National Council of Teachers of English, l973.
GREGOLIN, R. M. Especificidades sintáticas na síndrome de Down. Porto Alegre: Letras de Hoje, v. 35, n. 3, p. 155-170, 2000.
HICK, R. F.; BOTTING, N.; CONTI-RAMSDEN, G. Short-term memory and vocabulary development in children with Down syndrome and children with specific language impairment. Developmental Medicine & Child Neurology, 47, p. 532-538, 2005. Disponível em: https://openaccess.city.ac.uk/id/eprint/1836/1/. Acesso em 25 jun. 2020.
KATO, Mary. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria & prática. 9. ed. Campinas: Pontes: 2002.
KLEIMAN, A. Leitura: ensino e pesquisa. São Paulo: Pontes, 1989.
KOZMA, C. O que é a síndrome de Down? In: STRAY-GUNDERSEN, K. Crianças com síndrome de Down: guia para pais e educadores. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 28-32.
LAMÔNICA, D. A. C., FERREIRA-VASQUES A. T. Habilidades comunicativas e lexicais de crianças com síndrome de Down: reflexões para inclusão escolar. Revista CEFAC, v. 17, n.5, p. 1475-1482, 2015
LARA, A. T. M.; TRINDADE, S. H. R.; NEMR, K. Desempenho de indivíduos com síndrome de Down nos testes de consciência fonológica aplicados com e sem apoio visual de figuras. Revista CEFAC, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 164-73, 2007.
LEFFA, V. J. Aspectos da leitura: Uma perspectiva psicolinguística. Porto Alegre: Sagra/DC Luzzatto, 1996.
MOREIRA, G. R. A emergência da fonologia na fala típica e atípica: o papel dos templates. 2018. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2018.
MUSTACHI, Z.; SALMONA, P. síndrome de Down. In: MUSTACHI, Z. et al. (org.) Guia do bebê com Síndrome de Down. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 15-27
OLIVEIRA, M.; PACHECO, V.; PEREIRA-SOUZA, L. P. Processos fonológicos na fala de sujeitos com síndrome de Down: uma interpretação via geometria de traços e teoria métrica da sílaba. Cadernos de Estudos Linguísticos (UNICAMP), v. 59, p. 459-478, 2017.
OLIVEIRA, M. S. Questões de linguagem em sujeitos com síndrome de Down. Revista Prolíngua, v.1, n. 1, 2010.
SOARES, F. ET AL. Habilidade pragmática e síndrome de Down. São Paulo: Revista CEFAC, v. 11, n. 4, p. 579-586, 2009.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
STOEL-GAMMON, C. Down syndrome phonology: developmental patterns and intervention strategies. Downs Syndr Res Pract, 7, p. 93–100, 2001.
TAYLOR, w. l. “Cloze Procedure”: A new Tool For Measuring Readability. Journalism Quarterly, p. 415-433, 1953.
TRONCOSO, M.V.; FLÓREZ, J. Comprensión en la lectura de las personas com síndrome de Down. Revista síndrome de Down, v. 28, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam em Estudos da Língua(gem) concordam com os seguintes termos:
Estudos da Língua(gem) mantém os direitos autorais das contribuições publicadas e disponibiliza seu conteúdo gratuitamente por meio do portal. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, com reconhecimento de autoria e créditos de publicação inicial nesta revista, indicando endereço online.