A escrita do traumático (The writing of the traumatic)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v11i1.1219Palavras-chave:
Escrita, Memória, Trauma, PsicanáliseResumo
Neste artigo pretendemos examinar, à luz de uma discussão sobre trauma e memória na psicanálise, o aspecto paradoxal da literatura de testemunho: aquele que trata, a despeito de toda impossibilidade, da necessidade de escrever. Para tanto, realizamos uma releitura da Vivência de Dor, elaborada por Freud em 1895, onde buscamos mostrar que o ego pode utilizar a repetição da dor em seu favor. Utilizamos, também, o conceito de iterabilidade, proposto por Derrida, que confere à escrita a capacidade de produzir repetições que instauram uma diferença, sempre levando em conta a alteridade. A partir disso, é possível compreender a escrita testemunhal como um artifício usado pelo ego para se assenhorear da energia não dominada proveniente do evento traumático.
PALAVRAS-CHAVE: Escrita. Memória. Trauma. Psicanálise.
ABSTRACT
This paper intends to discuss through an approach of trauma and memory in psychoanalysis, the paradoxical aspect of the literature of testemony: even when it is impossible, there is a need to write. Therefore, we performed a reinterpretation of the experience of pain elaborated by Freud in 1895, where we intend to show that the Ego can use the recurrence of pain in its favor. We also use the concept of iterability, proposed by Derrida, which gives the ability to produce repetitions espousing a difference to the writing, always taking into account the otherness. From this it is possible to understand the written testimony as a device used by the Ego to take possession of non-dominated energy from the traumatic event.
KEYWORDS: Writing. Memory. Trauma. Psychoanalysis.
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