Francis Bacon: “pintar sensações” (Francis Bacon: “to paint sensations”)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v11i1.1221Palavras-chave:
Sensação, Memória, Criação artísticaResumo
O texto aborda, pela via da psicanálise, o que consideramos como o “método” de Francis Bacon: “pintar sensações”. Para isto, tomo, como referências principais, a Carta 52 (1896), da correspondência de Freud com Fliess, e Em busca do tempo perdido, romance de Marcel Proust ([1922] 1995), observando a possibilidade de considerar o que Proust nomeia como “memória involuntária” e o seu papel no processo criativo como uma ilustração esclarecedora do que Freud nos traz na Carta sobre a estratificação e o funcionamento do psiquismo. Estas ideias nos parecem bastante profícuas para a apreensão dos processos de subjetivação próprios à atividade artística, oferecendo, portanto, subsídios para pensar o processo criativo em Francis Bacon.
PALAVRAS-CHAVE: Sensação. Memória. Criação artística.
ABSTRACT
This text covers, by psychoanalysis way, what we consider the “method” of Francis Bacon: “to paint sensations”. For that, we take as main references, the Letter 52 (1896), from Freud to Fliess correspondence, and In search of the lost time, a romance of Marcel Proust ([1922] 1995), observing the possibility to consider what Proust names as “involuntary memory” and its role at the creative process as an enlightening illustration of what Freud brings us, at the mentioned Letter about the memory in the stratification and the psychic operation. These ideas seem to us fruitful for an apprehension of the subjective processes proper to artistic activity, offering, then, subside to think the creative process at Francis Bacon.
KEYWORDS: Memory. Sensation. Creativity process.
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Referências
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ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Francis Bacon: Estudo sobre o corpo humano, 1973. Real Colégio de Arte, Londres.
Figura 2 – Francis Bacon: Crucifixão, 1962. Guggenheim Museum. (Tela retirada do tríptico do mesmo nome).
Figura 3 - Diego Velásquez: Papa Inocêncio X, 1650. Galeria Pamphili, Roma.
Figura 4 - Francis Bacon: Segunda versão da pintura de 1946, 1971. Museum of Modern Art, New York.
Figura 5 - Esquema desenhado por Freud na “Carta 52”, 1896.
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