A confluência entre o Funcionalismo e a Gramática de Construções: um estudo sobre as construções comparativas no Português Brasileiro (The confluence between Functionalism and Construction Grammar: a study on comparative constructions in Brazilian Portuguese)
DOI:
https://doi.org/10.22481/el.v18i1.6048Palavras-chave:
Gramática de Construções, Funcionalismo, que nem, Construções comparativasResumo
Objetivamos, neste artigo, evidenciar os ganhos teórico-metodológicos, frutos da inter-relação do Funcionalismo norte-americano e da Gramática de Construções, principalmente na concepção de que a língua se estrutura a partir de uma rede de construções interconectadas. Com efeito, na análise linguística, são considerados tanto aspectos de forma como de função. Para ilustrar tal questão, utilizamos os dados do estudo realizado por Vieira e Sousa (2019) com foco nas estruturas comparativas instanciadas pelo conector que nem no Português Brasileiro, tomando como amostra os dados de fala dos corpora de fala Popular e Culto de Vitória da Conquista. Os resultados deste trabalho mostraram que o subesquema comparativo, governado pelo que nem, instancia duas microconstruções, sendo uma delas caracterizada pela ancoragem [+ oracional], e a outra marcada pela relação [- oracional]. De forma geral, averiguamos que todas as microconstruções analisadas compartilham da configuração formal-funcional comparativa, aliada a fatores de ordem cognitiva e de (inter)subjetividade.
Downloads
Referências
BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
BYBEE, J. Mechanisms of change in grammaticization: the role of frequency. In: JOSEPH, B., JANDA, R. (org.). A handbook of historical linguistics. Malden, MA: Blackweel Publishing, 2003.
CROFT, W. Radical construction grammar: syntactic theory in typological perspective. Oxford: Oxford University Press, 2001.
CROFT, W.; CRUSE, D. A. Cognitive linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
CUNHA LACERDA, P. F. A. O papel do método misto na análise de processos de mudança em uma abordagem construcional: reflexões e propostas. Revista Linguística. Rio de Janeiro. v. 12, n. 1, 2016. p. 83-101.
CUNHA, C; CINTRA, L. F. L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
DEL NERO, H. S. O sítio da mente: pensamento, emoção e vontade no cérebro humano. São Paulo: Collegium Cognitio, 1997.
FILLMORE, C. J. et al. Regularity and idiomaticity in grammatical constructions: the case of let alone, Language, v. 64, n. 3, p. 501-538, Sep. 1988.
FUMAUX, N. C.; ALONSO, K; CEZARIO, M.M. Construcionalização de um monte de SN: uma abordagem centrada no uso. Espírito Santo: Revista Percursos Linguísticos, v. 7, n.14, p. 139-158, 2017.
GEERAERTS, D. "Cognitive Linguistics". In: J. VERSCHUEREN et al. (eds.), Handbook of Pragmatics. Amsterdam: John Benjamins, 1995.
GOLDBERG, A. Constructions: A Construction Grammar Approach to Argument Structure. Chicago: The University of Chicago Press, 1995.
HOPPER, P. Emergent grammar. Berkeley Linguistics Society, v. 13, 1987. p. 139-157.
JUCÁ FILHO, C. O fator psicológico na evolução sintática. Rio de Janeiro: FGV, 1933.
KURYLOWICZ, J. The evolution of grammatical categories. Munich, 1975 [1965].
LIMA-HERNANDES, M. C. O processamento das funções de base comparativa: proposta de análise funcional. In: Seminários de Linguística Funcional. São Paulo: USP, 2006.
NEVES, M.H. M.; HATTNHER, M. M. D. As construções comparativas. In: ABAURRE, M. M.; RODRIGUES, A. C. S. Gramática do Português Falado. Novos estudos descritivos. v. 8. Campinas: Editora Unicamp, 2002.
RODRIGUES, V. V. As construções comparativas em língua portuguesa. Revista do GELNE, v. 4, n. 1, p. 1-6, 26 fev. 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Estudos da Língua(gem)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam em Estudos da Língua(gem) concordam com os seguintes termos:
Estudos da Língua(gem) mantém os direitos autorais das contribuições publicadas e disponibiliza seu conteúdo gratuitamente por meio do portal. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online em repositórios institucionais ou na sua página pessoal, com reconhecimento de autoria e créditos de publicação inicial nesta revista, indicando endereço online.