Pororoca: a criação “brasileira” enquanto levante (Pororoca: “Brazilian” creation while raising)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/el.v19i1.9155

Palavras-chave:

Imanência; Micropolítica; Ninguendade; Ressonância; Transdisciplinaridade.

Resumo

Investigaremos a emergência de novos conceitos e práticas brasileiras. Para isso, será necessário denunciar o nazifascismo ubíquo e a colonização estruturalista e transcendente no pensar brasileiro. A partir dessa crítica, vamos buscar no conceito de ninguendade de Darcy Ribeiro, imanência de Spinoza, na esquizoanálise de Deleuze e Guattari, a educação de Tim Ingold, a confluência em que emergem os transaberes enquanto um criar brasileiro ressoante e micropolítico, cujo fazer é norteado não por método, mas por um poestéticaos que chamaremos de pororoca. Dessa pororoca, nasce uma peculiar clínica brasileira e uma apreensão do que é, de fato, a singularidade brasileira, a partir do sertão político, literário e cinematográfico, que ressoa com diversas novas produções no Brasil.

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Biografia do Autor

Nelson Job, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/Brasil)

Nelson Job é doutor em História das Ciências das Técnicas e Epistemologia (HCTE/UFRJ). É professor colaborador no mesmo instituto. Atua na área das pesquisas transdisciplinares. É formado em psicologia; criador do campo experimental e conceitual transaberes. E coeditor da revista interdisciplinar Cosmos e Contexto; É autor do livro Confluências entre magia, filosofia, ciência e arte: a Ontologia Onírica e do livro Vórtex: modulações na Unidade Dinâmica.

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Publicado

2021-07-22

Como Citar

JOB, N. Pororoca: a criação “brasileira” enquanto levante (Pororoca: “Brazilian” creation while raising). Estudos da Língua(gem), [S. l.], v. 19, n. 1, p. 125-146, 2021. DOI: 10.22481/el.v19i1.9155. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/estudosdalinguagem/article/view/9155. Acesso em: 2 nov. 2024.