O Assassinato de Julião Tavares em Angústia, de Graciliano Ramos
Resumen
Este artigo se propõe a analisar o assassinato narrado em Angústia, de Graciliano Ramos. A proximidade entre os planos da narração e da ação e da memória e da invenção situa essa cena nas instáveis fronteiras entre sonho e realidade. Esses elementos geram ambiguidades, que impossibilitam saber se o protagonista de fato cometeu o crime ou se este só ocorreu na esfera da imaginação. Embora essa questão não possa ser respondida, pois Angústia é uma “autobiografia de vanguarda” (FEDERMAN, 1993), em que a memória e a imaginação ocupam o mesmo espaço, essas imprecisões instauram uma interessante relação entre escrita e ação, que evidencia a modernidade desse romance.