OS DIREITOS DO CADÁVER: RITOS FÚNEBRES NA POESIA ÉPICA E TRÁGICA DA GRÉCIA ANTIGA
Resumo
Entre os gregos antigos, o termo géras designa uma distinção honorífica, um prêmio, uma dignidade. Desta forma, negar um géras, corresponde a negar a honra, negar um direito, ou, em outros termos, cometer um ultraje, uma difamação. Mas, na literatura grega antiga, o termo não se refere apenas a disputas de honra entre os homens; também os mortos são apresentados como dignos e reclamantes de honras, de um géras, que deve se apresentar na forma de adequados rituais e cerimônias fúnebres. Este trabalho procura, ao longo da Ilíada e da poesia trágica do século V a.C, destacar as várias referências aos modos de homenagem e honra aos mortos, assim como o seu oposto, ou seja, os modos de ultraje e desonra dos cadáveres. Em um segundo momento, o trabalho também procurar associar tais procedimentos para honrar/desonrar os mortos com a afirmação das hierarquias sociais e dos códigos de comportamento que embasam a autoridade das aristocracias guerreiras, no período homérico, ou para reforçar os vínculos dos cidadãos com a polis, no período clássico
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