DECIFRA-ME OU TE DEVORO: O PENSAMENTO SOBRE A POESIA EM POEMAS DE FRANCISCA JÚLIA
Resumo
A poesia de Francisca Júlia da Silva é lida, bem como a poesia parnasiana em geral, como uma forma muito precisa. Este cálculo rigoroso das formas poéticas é o eixo sobre o qual a crítica se debruça pra valorizá-la, como é o caso de João Ribeiro que entende esses cuidados formais como a riqueza da sua poesia, ou para desconsiderá-la, como é o caso de Mário de Andrade que entende essa exatidão formal como excesso, como pura artificialidade, ao ponto de desconsiderar seus poemas enquanto poesia. Este ensaio, no entanto, propõe uma leitura da poesia não meramente como forma, mas sim como força ou pluralidade de forças. Dessa maneira, buscou-se analisar as forças anacrônicas que ali convivem. A força dos monumentos marmóreos de Francisca Júlia está nas fissuras ali deixadas pelo tempo, isto é, na criação de pensamento, de poesia. Esta poesia é uma poesia moderna porque traz um pensamento crítico em relação à linguagem aliado à desierarquização da relação sujeito-objeto: aqui, a Vênus desce do trono e fica cara a cara com o eu, um eu já esvaziado e é nessa relação que reside sua força.
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