ANIMALESCOS, O BESTIÁRIO CONTEMPORÂNEO DE GONÇALO M. TAVARES
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v10i1.3740Palavras-chave:
Bestiário; Gêneros Literários; Aberto; Literatura Portuguesa.Resumo
Considerado um gênero literário medieval, o bestiário descrevia física e comportamentalmente animais reais ou imaginários, atribuindo cunho moralizante ao quadro representado. Era escrito em prosa ou versos, sendo ilustrado e tomando a natureza ao modo cristão de ver o mundo, isto é, como fonte de ensinamento para o ser humano, demonstrando-lhe, por vezes, seu parentesco não somente biológico com o animal. Com o distanciamento do universo secular dos dogmas cristãos, os bestiários perdem sua força como gênero, e os animais de suas páginas migram para a iconografia eclesiástica e, mais tarde, para as artes visuais, valendo citar, por exemplo, a relação visual entre homens e animais na obra de Goya. Nossa pretensão é demonstrar que Animalescos, de Gonçalo M. Tavares, agrega-se ao gênero bestiário, que não desapareceu, porém, ganhou novos contornos com o passar dos tempos. Se na ficha catalográfica da edição brasileira (Dublinense, 2016) lemos que se trata de “contos portugueses”, discordamos dessa rubrica, uma vez que há um fio temático – a perversidade – que alinhava as narrativas, alicerçadas sobre relações entre homens, animais, cidades, máquinas, neuroses, violência e morte.
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