AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA A PARTIR DO GÊNERO DIÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.22481/folio.v13i1.8363Palavras-chave:
Aquisição da Escrita; Ensino; Gênero Textual; Letramento; InclusãoResumo
No Brasil, a inclusão de crianças com desenvolvimento atípico circulando nas escolas, é uma realidade. No entanto, os sistemas educacionais que deveriam estar preparados para a recepção de tais alunos, nem sempre apresentam essa condição. Trazemos a inclusão educativa com a pretensão de apagar a ilusão de incapacidade, introduzindo a diversidade para esse ambiente, o que representa um desafio que deve ser enfrentado pelos sistemas gerais de ensino que precisam favorecer o acesso ao emprego de artifícios, adequados ao grupo, derivados do conhecimento sistemático. Propusemos o uso do gênero textual diário como uma fonte de letramento escolar a partir da produção escrita de dez crianças (típicas e atípicas) estudantes do 2º ano do ensino fundamental, de uma escola particular da cidade do Recife. O objetivo desse artigo foi observar a eficácia das condições de produção oferecida pela professora, no momento da produção escrita dessas crianças, que facilitem o processo de alfabetização e letramento escolar dos alunos que mais precisam de apoio, além de perceber se esses conseguiram produzir a estrutura do gênero proposto. A base teórica que empregamos relaciona-se ao letramento, à teoria de gêneros, e à inclusão,fundamentando-se nos autores Marcuschi (2005), Bezerra (2017), Paiva (2019), Caiado (2017), Street (2014), Kleiman (1995), Mantoan (2001), Figueiredo (2008), Cavalcanti (2002). Metodologicamente, trabalharemos com a pesquisa qualitativa com o estudo de caso, como principal caminho para desenvolver este trabalho. Como resultado, mostramos o aspecto singular na trajetória da aprendizagem da escrita de cada uma das crianças e a importância do trabalho, a partir de gêneros textuais reais desde as séries iniciais. Esse estudo destaca o processo de alfabetização implicado no letramento, no ensino de língua a partir de gêneros textuais, na importância das características estruturais sobre o gênero promovendo a aprendizagem de todos e a inclusão dos alunos. Não observamos diferenças significativas entre as crianças típicas e atípicas pesquisadas no tocante à ortografia e ao gênero da linguagem diário. Muito pelo contrário, as crianças com transtornos demonstraram boa desenvoltura no desenvolvimento das ideias e os erros ortográficos encontrados são aqueles esperados para a idade e série. O fato de a professora ter trabalhado de várias formas esse gênero (vídeos, com o próprio diário, livro didático, construção de páginas de diários pelas crianças) sugere uma boa compreensão e aplicação na vida concreta desses alunos (letramento).
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