A HORA DA ESCRITA: CLARICE LISPECTOR, LINGUAGEM E METAFICÇÃO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7425

Palavras-chave:

A hora da estrela, Clarice Lispector, Linguagem, Metaficção

Resumo

O objetivo do presente artigo é examinar a narrativa A hora da estrela, observando o fazer literário de Clarice Lispector. A autora transforma a linguagem em elemento estético, apostando no intimismo e na reflexão constante sobre os limites e falibilidade da palavra, sobre a impossibilidade de dizer. Para ressaltar a força estética da linguagem de Clarice, recorre-se, dentre outros, aos conceitos de (auto)ficção e metaficção. Trata-se de uma prática narratológica que transforma a própria existência e labor em matéria literária, demonstrando a angústia de viver e escrever, ao passo que, metaficcionalmente, coloca a linguagem em escrutinação. Em forma de conclusão, apontamos como a autora continua a desafiar e seduzir uma legião de leitores por, de forma metaficcional narcisista, apostar na complexidade da linguagem.

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Biografia do Autor

Raimunda Maria Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutoranda em estudos de Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Professora efetiva do Centro de Ciências Humanas e Letras - CCHL - Coordenação de Letras Vernáculas da UFPI.

Joelma de Araújo Silva Resende, Instituto Federal do Piauí (IFPI)

The purpose of this article is to examine the narrative <em>A hora da estrela</em>, observing the literary work of Clarice Lispector. The author transforms language into an aesthetic element, betting on intimacy and constant reflection on the limits and fallibility of the word, on the impossibility of saying. To highlight the aesthetic strength of Clarice's language, we use, among others, the concepts of (auto) fiction and metfiction. It is a narratological practice that transforms life and work into literary matters, demonstrating the anguish of living and writing, while, metaphorically, it puts language under scrutiny. In conclusion, we point out how the author continues to challenge and seduce a legion of readers by, in a narcissistic metafictional way, betting on the complexity of language.

Sebastião Alves Teixeira Lopes, Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Doutor em Letras, Área de concentração: Língua Inglesa e Literaturas Inglesa e Norte-Americana, pela Universidade de São Paulo (uSP). Realizou estágio de pós-Doutoramento na Universidade de Winnipeg, Canadá (2007) e na Universidade de Londres/School of Oriental and African Studies, Inglaterra (2014). Professor Associado da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

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Publicado

2021-02-15

Como Citar

Santos, R. M., Resende, J. de A. S., & Lopes, S. A. T. (2021). A HORA DA ESCRITA: CLARICE LISPECTOR, LINGUAGEM E METAFICÇÃO. fólio - Revista De Letras, 12(2). https://doi.org/10.22481/folio.v12i2.7425

Edição

Seção

VERTENTES & INTERFACES I: Estudos Literários e Comparados