onde
h
(
θ
n
, I
n+1
) =
sin
(
θ
n
),
p
(
θ
n
, I
n+1
) = 0 e
K
= 1
/|I
n+1
|
γ
, com
γ >
0, fornecendo a
rapidez com que ocorre a divergência da variável
θ
no limite da ação
I
suficientemente
pequena. A razão desta escolha é devida à difusão caótica. Quando a ação
I
é pequena, a
variável
θ
n
não tem correlação com
θ
n+1
, o que acaba conduzindo à difusão de órbitas caó-
ticas. Com a difusão, ocorre o crescimento da variável
I
. Assim que
I
cresce, as variáveis
angulares apresentam correlação. Consequentemente, regularidade aparece no espaço
de fases o que leva à existência de ilhas periódicas e curvas invariantes desempenham
uma limitação importante para o processo de difusão. Como o determinante da matriz
Jacobiana é igual a um, as órbitas caóticas não conseguem cruzar as curvas invariantes
ficando, portanto, confinadas a uma região finita do espaço de fases e apresentando
propriedades de escala interessantes. Dessa forma, o objetivo principal deste trabalho é
discutir a transição de integrabilidade para não integrabilidade focando na discussão de
quatro itens principais: (1) Identificar a quebra de simetria do sistema; (2) Definir o
parâmetro de ordem e sua susceptibilidade; (3) Discutir qual seria a excitação elementar
e; (4) Discutir os defeitos topológicos presentes no espaço de fases que impactam no
transporte de partículas.
É importante observar que o parâmetro
ϵ
controla uma parte interessante da dinâmica.
Para o caso em que
ϵ
= 0, o sistema é integrável já que tanto a energia
E
quanto a
ação
I
são constantes. A fase integrável é marcada por um espaço de fases foliado
com valores constantes para a ação
I
. A dinâmica do sistema para
ϵ
= 0 é elementar
e completamente previsível. Isso implica que não existe afastamento exponencial de
condições iniciais próximas no espaço de fases, logo, ausência de caos. O regime integrável
define, portanto, uma fase regular. Por outro lado, quando
ϵ ̸
= 0, o espaço de fase não é
mais foliado assumindo uma forma mista. Nesta nova configuração, o espaço de fases
apresenta dinâmica mais complicada e, dependendo tanto das condições iniciais e do
parâmetro de controle, um mar caótico limitado por curvas invariantes e ilhas periódicas
são observadas. Devido à preservação da área e à aplicação do teorema de Liouville [
5
],
as ilhas de estabilidade não podem ser invadidas por partículas se difundindo ao longo do
mar de caos e, ao mesmo tempo, não permite que as partículas movendo-se no interior
das ilhas possam escapar delas. Portanto, eles podem ser comparados como equivalentes
de defeitos topológicos [
7
] violando a condição de ergodicidade para o espaço de fases. As
curvas invariantes também possuem regras cruciais para a dinâmica. Na verdade, uma
vez que bloqueiam a passagem de partículas de baixo para cima e vice-versa, definem
o tamanho do mar caótico. A Figura 2 mostra um gráfico do espaço de fases para o
mapeamento (2) considerando dois parâmetros de controle: (a)
ϵ
= 0 e (b)
ϵ
= 10
−3
.
Na Figura 2 (b), as curvas em vermelho representam as primeiras curvas invariantes que
limitam o mar caótico e são denotadas por fisc de first invariant spanning curve, ou
seja, primeira curva invariante spanning.
Com a discussão anterior, podemos agora pensar qual pode ter sido a simetria
destruída. Notamos que para
ϵ
= 0, o espaço de fases é foliado, portanto assumindo
uma forma completamente regular e simétrica. Cada curva mostrada na Figura 2(a)
depende apenas da ação inicial, que é preservada ao longo do dinâmica. Como a
dinâmica preserva a ação, as condições iniciais não se afastam exponencialmente uma
da outra com o passar do tempo. Observamos uma regularidade dinâmica no espaço
de fases caracterizando, então, uma fase simétrica e regular para a dinâmica. Por
Edson D. Leonel, Célia M. Kuwana INTERMATHS, 4(2), 1–8, December 2023 | 3