Racismo na Família e a Construção da Negritude: Embates e Limites entre a Degradação e a Positivação na Constituição do Sujeito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v0i4.2366

Palavras-chave:

psicologia, mestiçagem, branquitude, identidade.

Resumo

Este artigo pretende abordar os impactos que a vivência do racismo dentro do ambiente familiar tem na subjetividade dos indivíduos. Interpela, portanto, os modos como essa experiência interfere na formação da identidade do sujeito, na sua autoimagem e na construção da estima por si mesmo. Esses processos, múltiplos e complexos, serão observados a partir da análise do relato das histórias e experiências de vida de uma pessoa, Mariana. Embora trate de Mariana, através de sua voz, muitos outros falam. Muitas famílias brasileiras estão aqui representadas, na vivência dolorida de muitas mulheres e homens que experimentaram o racismo desde a tenra infância. Contado e vivificado por ela, assim como interpretado à luz dos significantes e significados que ela atribui a essas vivências, seu relato permite pensar os efeitos psicossociais da experiência da violência racial e do racismo quando ele é vivido pelos sujeitos negros nos arranjos familiares em que o branco da família é explicitamente racista. 

Palavras-Chave: psicologia, mestiçagem, branquitude, identidade.

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Publicado

2017-12-27

Como Citar

Schucman, L. V., & Gonçalves, M. M. (2017). Racismo na Família e a Construção da Negritude: Embates e Limites entre a Degradação e a Positivação na Constituição do Sujeito. ODEERE, 2(4), 61-83. https://doi.org/10.22481/odeere.v0i4.2366