Mulheres africanas nas redes dos agentes da Inquisição de Lisboa: o caso de Crispina Peres, em Cacheu, século XVII

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DOI:

https://doi.org/10.22481/politeia.v20i1.9179

Resumo

O objetivo deste texto é discutir a trajetória de Crispina Peres, proeminente comerciante de Cacheu que foi demonizada por membros dessa comunidade mercantil no contexto de comércio de seres humanos, em meados do século XVII. Por meio de uma análise detalhada dos testemunhos que constam no processo inquisitorial movido contra Crispina, mostro que o Tribunal do Santo Ofício português foi utilizado pelos seus agentes e pela elite local para eliminar inimigos e concorrentes comerciais. O argumento central deste texto é que o estado de viuvez e o sucesso econômico propiciava mais mobilidade para as mulheres livres de Cacheu tocarem seus negócios e fortalecia suas casas comerciais, sem obrigações com regimes patriarcais e patrilineares. Contudo, a mobilidade das viúvas as colocava em posição de vulnerabilidade perante seus concorrentes comerciais portugueses ou nascidos localmente, bem como levava a comunidade a demonizar os meios utilizados por elas para obterem enriquecimentos.

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Biografia do Autor

Vanicléia Silva Santos, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Curadora da Coleção Africana do Penn Museum da University of Pennsylvania. Professora licenciada da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2021-08-16

Como Citar

Santos, V. S. (2021). Mulheres africanas nas redes dos agentes da Inquisição de Lisboa: o caso de Crispina Peres, em Cacheu, século XVII. Politeia - História E Sociedade, 20(1), 67-95. https://doi.org/10.22481/politeia.v20i1.9179