Entre encruzilhadas e trincheiras: uma análise da escrevivência transmascuilina a partir do poema “Trans-parto”
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v18i49.10896Palavras-chave:
escrevivência, educação, transmasculinidadesResumo
A produção literária tem sido, hegemonicamente, território de reiteração de normas e legitimação de determinadas formas de ser e existir, reservado ao “outro” o papel de coadjuvante com desfechos demarcados pela tragédia. Em contrapartida, este campo também tem sido disputado por produções que buscam construir narrativas outras, reposicionando corpos considerados subalternos nas (e para além das) páginas literárias. Compreendido não só como arte, mas também como linguagem permeada de cunho ideológico, a literatura cria ficção e produz memória. Partindo deste princípio, o trabalho tem por objetivo analisar a construção de narrativas transmasculinas negras a partir do poema “Trans-parto”. Escrito por Bruno Santana, a obra lança olhares sobre processos de transição do autor enquanto corpo transmasculino negro. Com referência nos estudos produzidos por Santana (2021), Peçanha (2021), Evaristo (2017), discutiremos o potencial discursivo presente neste (des)fazer literário ao apresentar outras formas de masculinidades, confrontando assim um dos pilares dos cânones literários: a cisnormatividade.
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