POR QUE O DIAGNÓSTICO BIOMÉDICO DO TDAH TEM SE TORNADO TÃO DOMINANTE?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.5980

Palavras-chave:

TDAH, Modelo biomédico, Medicalização

Resumo

TDAH é hoje a condição de saúde mental mais frequentemente diagnosticada entre crianças e adolescentes. A crença comum é que se trata de uma doença mental, e que médicos e psiquiatras contam com sólidas evidências científicas para dar o diagnóstico e fornecer tratamento psicofarmacológico seguro e eficaz. Porém, a literatura científica não dá suporte a essa crença tão fortemente difundida em nossa sociedade. O artigo faz uma revisão histórica de como essa crença vem sendo construída e analisa um artigo científico que supostamente dá sustentação a esse modo de abordar os problemas comportamentais e emocionais das crianças dos nossos tempos. A conclusão é que a sociedade não conta hoje com evidências que deem suporte a essa crença.

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Biografia do Autor

Michael W. Corrigan, Ohio State University - Estados Unidos

PHD em Psicologia. Professor titular da Marshall University e professor titular da Faculdade de Educação e Ecologia Humana da Ohio State University. Autor do livro Debunking ADHS: 10 Reasons to Stop Drugging Kids for Acting Like Kids, pela Ed. Rowman & Littlefield, 2014.

Robert Whitaker, Mad in America - Estados Unidos

Jornalista Investigativo. Autor de livros como: Anatomia de uma Epidemia, RJ: Editora Fiocruz, 2017; com Lisa Cosgrove, Psychiatry under Influence, Palgrave Macmillan, 2015. É o fundador e editor-chefe do site www.madinamerica.com

Fernando Freitas, Fiocruz - Brasil

Doutor em Psicologia (Université Catholique de Louvain - Bélgique).
Pesquisador titular do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psiquiatria Social e Atenção Psicossocial (LAPS/ENSP/FIOCRUZ). Coautor, com Paulo Amarante, do livro Medicalização em Psiquiatria, 2ª. edição revista, 2015. E coeditor, com Paulo Amarante, do site www.madinbrasil.org

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Publicado

2020-01-01

Como Citar

CORRIGAN, M. W.; WHITAKER, R.; FREITAS, F. POR QUE O DIAGNÓSTICO BIOMÉDICO DO TDAH TEM SE TORNADO TÃO DOMINANTE?. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 16, n. 37, p. 16-33, 2020. DOI: 10.22481/praxisedu.v16i37.5980. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/5980. Acesso em: 9 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê temático