INFÂNCIAS E O DIREITO À CIDADE EM SÃO GONÇALO: INVESTIGANDO A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NA CIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i40.6895

Resumo

O presente artigo é fruto de pesquisa que vem sendo realizada no âmbito de um projeto mais amplo, denominado “As infâncias e a cidade: investigando componentes territoriais de processos educativos de crianças na cidade de São Gonçalo” (TAVARES, 2010, 2016, 2018). Nesta interrogamos se componentes territoriais da cidade de São Gonçalo produzem impactos nos processos educativos de crianças das classes populares no município. A pesquisa vem complexificando relações que envolvem infâncias e o direito à cidade, pensando-os nos debates que vêm se intensificando nas Ciências Sociais, bem como no Campo Educacional, sobretudo nos estudos da Sociologia da Educação e Estudos Sociais da Infância, direcionando-se, de modo mais substantivo, à problemática das infâncias na cidade. Assim, ao investigarmos trajetórias urbanas e circuitos de educabilidade de crianças dos bairros delimitados na pesquisa, percebemos a existência de uma zona de indeterminação que atravessa o emaranhado da vida social, repercutindo nas práticas e nos circuitos da vida urbana mais ampla, não somente nos equipamentos escolares. Do ponto de vista do horizonte epistemológico, pensamos ser necessário aprofundar a concepção da pesquisa como uma experiência de conhecimento. Em nosso estudo, aprofundamos a concepção de que a cidade, mais do que um conceito, é um campo de práticas. Vale dizer, de práticas infantis de conhecimento, leituras, representação e apropriação do espaço urbano, o que implica elaborar um plano de investigação mais aberto, que ao produzir linhas de força múltiplas, continue a nos instigar a pensar de forma plural a questão das infâncias na cidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Maria Tereza Goudard Tavares, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Brasil

Pós-Doutora em Educação pela UNICAMP, Professora Associada da Faculdade de Formação de Professores da UERJ – Rio de Janeiro - Brasil; Programa de Pós-Graduacão em Educação: Processos Formativos e Desigualdades Sociais -PPGedu/UERJ; Coordenadora do Grupo de estudos e pesquisas das infâncias, formação de professores e diversidade cultural (GIFORDIC).


Referências

AGAMBEN, G. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: UFMG, 2005.
ANDRADE, C.D. de. O Outro. IN: Poesia e Prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1979.
ARENDT, H. A Condição Humana. São Paulo: Forense Universitária, 1995.
ARENDT, H. Reflexões sobre Little Rock. In: ARENDT, H. Responsabilidade e Julgamento. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1959. p. 261-281.
ARENDT, H. A crise na educação. In: Between past and future: six exercises in political thought, Nova York, 1961. 173-196. Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/otp/hanna_arendt_crise_educacao.pdf>.
BARBIER, R. A Pesquisa-Ação na Instituição Educativa. Rio de janeiro: Zahar, 1985.
BARBOSA, M, C, S. A ética na Pesquisa etnográfica com crianças: primeiras problematizações. Revista Práxis Educativa, Ponta Grossa, V. 9, N.1, P.235-245, jan./jun., 2014.
BENJAMIN, W. Infância em Berlim. IN: Obras escolhidas II: Rua de Mão Única. São Paulo: Brasiliense, 2000.
BENJAMIN, W. Charles Baudelaire - um lírico no auge do capitalismo. Obras escolhidas III. São Paulo: Brasiliense, 1995.
CANEVACCI, M. A Cidade Polifônica. Ensaio sobre a antropologia da Comunicação urbana. São Paulo: Studio Nobel, 1993.
CASTRO, L. R. Subjetividade e Cidadania: um estudo com crianças e jovens em três cidades brasileiras. Rio de janeiro: Sete Letras, 2001.
CORSARO, W. Reprodução Interpretativa e Cultura de pares. IN: MULLER, F.; CARVALHO, A. M. (Orgs.). Teoria e Prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo: Cortez, 2009.
FARIA, A.L. G.; FINCO, D. (Orgs.). Sociologia da infância no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 2011.
FREINET, C. Para uma escola do povo: guia prático para a organização material, técnica e pedagógica da escola popular. Lisboa: Presença, 1973.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, P. A importância do Ato de Ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1986.
FREIRE, P.; MACEDO, D. Alfabetização: leitura do mundo, leitura da palavra. São Paulo: Paz e Terra, 1990.
FREIRE. P. Pedagogia da Esperança. São Paulo: Paz e Terra, 1993.
GALEANO, E. O Livro dos Abraços. 2ª Edição. Porto Alegre: L&PM,2008.
GRAUE, M. E.; WALSH, D, J. A investigação etnográfica com crianças: teorias, métodos e ética. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÌSTICA (IBGE). Censo Demográfico Nacional. Rio de Janeiro, 2010.
LABBUCCI, A. Caminhar, uma revolução. São Paulo: Martins Fontes, 2013.
LEFEBVRE, H. O Direito à Cidade. São Paulo: Editora Moraes, 1991.
LÓPEZ, N. A Escola e o Bairro: Reflexões sobre o caráter territorial dos processos educacionais nas cidades. IN: RIBEIRO, L.C.Q.; KAZTMAN, R. (Org.). A Cidade contra escola? Segregação urbana e desigualdades educacionais em grandes cidades da América Latina. Rio de Janeiro: Letra Capital, FAPERJ, 2008.
MALAGUZZI, L. Ao contrário, as cem existem.IN: EDWARDS, C.; GANDINI, L.; FORMAN, G.(Org.). As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.
MARCHI, R. Os sentidos (paradoxais da infância nas ciências sociais: uma abordagem da sociologia da infância sobre a “não criança” no Brasil.{s.d.}: UFSC, 2007(Tese de doutorado). Florianópolis.
MATOS, O.C.F. Benjaminianas: Cultura capitalista e Fetichismo contemporâneo. São Paulo: Editora UNESP, 2010.
MASSCHELEIN, J. O mundo “mais uma vez”: andando sobre linhas.IN: MARTINS, F.F.R.; NETTO, M.J.V.; KOHAN, W.O. (orgs.). Encontrar Escola. Rio de Janeiro: Lamparina/FAPERJ, 2014.
OBSERVATÓRIO DE SEGURANÇA DO RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro, Relatório, Dezembro, 2019.
SANTOS, B. S. A Crítica da Razão Indolente. Contra o desperdício da experiência. Porto: Afrontamentos, 2000.
SANTOS, M. Técnica espaço tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1997.
SANTOS, M. O Espaço do cidadão. São Paulo: Nobel, 1996.
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a Cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SARMENTO, M.J.; GOUVEA, M.C.S. (orgs.). Estudos da infância: educação e práticas sociais. Petrópolis: Vozes, 2008.
SARMENTO, M.J. Visibilidade social e estudo da infância. In: VASCONCELLOS, V.M.; SARMENTO, M.J. (Org.). Infância (in)visível. São Paulo, Junqueira Marin, 2007.
TAVARES, M.T.G. A Infância e a Cidade: investigando componentes territoriais de processos formativos de crianças na cidade de São Gonçalo. Projeto de Pesquisa Prociência -UERJ/FAPERJ, Rio de Janeiro, 2016.
TAVARES, M.T.G. A(s) Infância(s) e a cidade: discutindo processos formativos de crianças nos territórios gonçalenses. Projeto de Iniciação Científica, UERJ, Rio de Janeiro, 2010.
TAVARES, M.T.G. Os “pequenos”, a Escola da Infância e o Direito à cidade. IN: LOPES, J.J.M. e MELLO, M. B. de. “O Jeito de que nós crianças pensamos sobre certas coisas”: Dialogando com lógicas infantis. Rio de Janeiro: Rovelle, 2009.
TAVARES M.T.G. Os Pequenos e a cidade: O papel da Escola na construção de uma alfabetização cidadã. (s.d.):UFRJ, 2003(Tese de Doutorado), Rio de Janeiro, 2003.
TAVARES, M.T.G.; LUCCHESI, J. C. A cidade como um livro de espaços: lendo e pensando a cidade com a(s) infâncias(s)de creches comunitárias do Rio de Janeiro. IN: CARREIRO, H.J.S.; TAVARES, M.T. G.(orgs.). Estudos e Pesquisas com o Cotidiano da Educação das Infâncias de Periferias Urbanas. São Carlos: Pedro & João Editores, 2018.

Downloads

Publicado

2020-07-01

Como Citar

TAVARES, M. T. G. INFÂNCIAS E O DIREITO À CIDADE EM SÃO GONÇALO: INVESTIGANDO A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NA CIDADE. Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 16, n. 40, p. 164-183, 2020. DOI: 10.22481/praxisedu.v16i40.6895. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/6895. Acesso em: 25 dez. 2024.