PRODUTO EDUCACIONAL COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRICANA E AFRO-BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.22481/rpe.v16i43.6999Palavras-chave:
Cultura africana e afro-brasileira, Mala temática mojubá, Produto educacionalResumo
O presente texto é um recorte ampliado de uma dissertação de mestrado profissional em educação que analisou os sentidos subjetivos que educandos da Educação de Jovens e Adultos, pertencentes às religiões de matrizes africanas, possuem sobre a escola. O objetivo deste artigo é refletir sobre a produção de um material didático denominado Mala Temática Mojubá como requisito básico na formação strictu-sensu. Tal proposta caminha na direção de identificação e na possibilidade de apropriação deste artefato cultural a ser utilizado para valorização das culturas africanas e afro- brasileiras. A proposta metodológica utilizada para a confecção do produto educacional foi a pesquisa- ação pedagógica apresentada por Franco (2016) para reconfigurar ações pedagógicas coletivas e colaborativas que envolvem a produção de conhecimento no e com os educadores e não apenas para eles, inclusive com o intuito de alcançar uma formação humanística na perspectiva freireana. A elaboração de um artefato cultural como recurso pedagógico que possa contribuir com a implementação da lei 10.639/03 em escolas brasileiras indica uma ação complexa e desafiadora. Um dos desafios consiste em despertar nos educadores a possibilidade de criação, apropriação pedagógica e o uso da Mala Temática Mojubá. Os resultados obtidos demonstraram que o produto confeccionado contribui para a descolonização religiosa nas escolas em que foi destinado. O artefato cultural elaborado é resultado de ações inovadoras no campo educacional, bem como amplia o contexto de atuação pedagógica da docência na educação básica e propicia o reconhecimento da diversidade de sujeitos e saberes no escola.
Downloads
Metrics
Referências
BAKKE. Rachel Rua Baptista. Na escola com os orixás: o ensino das religiões afro-brasileiras na aplicação da lei 10.639. 2011. 222 f. Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/.../2011_RachelRuaBaptistaBakke_VOrig.pdf>. Acesso em: 25 mai. 2020.
BRANDÃO, Ana Paula (coord.). Saberes e fazeres: modos de interagir. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.9394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: Jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Fundamental (SEF). Parâmetros Curriculares Nacionais: introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1997
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-brasileira”, e dá outras providências. 2003.
BRASIL. CNE/CP Resolução nº 1 de 17 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. 2004.
BRASIL. Lei nº 11.635/2007. Instituição do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Disponível_em:_http://www2.camara.leg.br/legin/fed/ lei/2007/lei-11635-27-dezembro-2007-567636-publicacaooriginal-90930-pl.html. Acesso em: 30 de junho de 2020.
BRASIL. Portaria normativa nº 17, de 28 de dezembro de 2009. Dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Brasilia.2009.
CANDAU, Vera Maria (Org.). Reinventar a escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
CAPUTO, Stela Guedes. Educação em terreiros e como a escola se relaciona com crianças que praticam candomblé. 01/07/2005 235 f. Doutorado em Educação. Instituição de Ensino: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Biblioteca Depositária. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7708/7708_1.PDF, acesso em: 01 junho. 2020.
CHAVES JUNIOR, Luiz Alberto. Identidade Candomblecista em Foco: a história de vida como axé pedagógico. 26/08/2015. 164 f. Mestrado em Educação - Instituição de Ensino: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Biblioteca Depositária: Biblioteca Central da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.unirio.br/ppgedu/dissertacoes/DissertaoPPGEduLuizAlbertoChavesJunior.pdf .> Acesso em: 20.mai.2020.
CHISTÉ, Priscila de Souza. Proposta de avaliação coletiva de materiais educativos em mestrados profissionais na área de ensino. Revista de Educacional Campo Abierto, v. 38, p. 185-198, 2019.
CONTAGEM. Lei nº 4737, de 24 de junho de 2015. Plano Municipal de Educação. Disponível: http://www.contagem.mg.gov.br/estudacontagem/wp-content/uploads/2019/03/lei_047372015_pmecontagem.pdf. Acesso: 01 junho. 2020.
FRANCO. Maria Amélia Santoro. Pesquisa-Ação Pedagógica: práticas de empoderamento e de participação. Revista ETD – Educação Temática Digital, 18(2), 511-530. 2016.
KAPLÚN, Gabriel. Materiais educativos: experiência de aprendizado. Revista Comunicação & Educação, 271, 46-60. 2003.
MCLAREN, Peter. Multiculturalismo Crítico. São Paulo; Cortez, 1997.
LODY, Raul. As gueledés: A festa das máscaras. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.
NETTO, Adriano Bitarães. Aera dos Erês: uma Era ao culto da natureza e dos orixás. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2010.
OLIVEIRA. Ariene Gomes de. Educação nos Terreiros de Caruaru/Pernambuco: um encontro com a tradição africana através dos Orixás. 2014 213f. Mestrado – Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea. Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11280. Acesso em: 03 jun.2020.
OLIVEIRA, Kiusam. Omo-Oba: histórias de princesas. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2009.
ONU. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Rio de Janeiro: UNIC, 2009 [1948]. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf> Acesso em: 5 jun. 2020.
PAIVA, Jacyara Silva de. Caminhos do Educador Social no Brasil. Paco Editorial. 2015.
PEREIRA. Edmilson de Almeida. Poemas para ler com as mãos. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2017.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das letras, 2001.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SANTOS, Boaventura de Sousa e MENEZES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Ed. Almedina, 2009.
SANTOS, Erisvaldo Pereira dos. Formação de professores e religiões de matrizes Africanas: um diálogo necessário. 2.ed. Belo Horizonte: Nandyala, 2015.
SACRISTÁN. Gimeno J. Currículo e diversidade cultural. In: SILVA, Tomaz Tadeu; MOREIRA, Antônio Flávio. Territórios Contestados. Petrópolis, Vozes 1995.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Alienígenas na Sala de Aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
SIQUEIRA. Maria de Lourdes. Os orixás na vida dos que neles acreditam. Belo Horizonte. Mazza Edições. 1995.
VIEIRA, Maurício Benedito da Silva. As religiões de matrizes africanas no contexto da efetivação da lei 10.639/03 em Cuiabá-MT. 2016 102 f. Mestrado em Educação - Instituição de Ensino: Universidade Federal de mato Grosso, Cuiabá. Biblioteca Depositária: Biblioteca Setorial do Instituto de Educação e Biblioteca Central / IE / UFMT. Disponível em http://www.ufmt.br/ufmt/site/noticia/visualizar/28822/Cuiaba. Acesso em 06 jun. 2020.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Práxis Educacional
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 4.0 International License.
Você é livre para:
Compartilhar - copia e redistribui o material em qualquer meio ou formato; Adapte - remixe, transforme e construa a partir do material para qualquer propósito, mesmo comercialmente. Esta licença é aceitável para Obras Culturais Livres. O licenciante não pode revogar essas liberdades, desde que você siga os termos da licença.
Sob os seguintes termos:
Atribuição - você deve dar o crédito apropriado, fornecer um link para a licença e indicar se alguma alteração foi feita. Você pode fazer isso de qualquer maneira razoável, mas não de uma forma que sugira que você ou seu uso seja aprovado pelo licenciante.
Não há restrições adicionais - Você não pode aplicar termos legais ou medidas tecnológicas que restrinjam legalmente outros para fazer qualquer uso permitido pela licença.