Pesquisa pós-qualitativa e responsabilidade ética: notas de uma etnografia fantasmática
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i48.8902Palavras-chave:
Pesquisa pós-qualitativa, etnografia fantasmática, ficçãoResumo
Este texto apresenta reflexões metodológicas do grupo de pesquisa “Currículo, cultura e diferença”, cujo foco é a investigação de políticas curriculares e seus efeitos sobre os processos de circulação da diferença. Para tanto, partimos do diálogo com a pesquisa “Paisagens e Fluxos Curriculares Pataxó: processos de hibridização e biopolítica”, que buscou repensar as possibilidades da etnografia na pesquisa pós-estrutural em educação. Rasurando e ressemantizando o itinerário de construção científica da Antropologia com foco na pesquisa cultural, buscamos discutir a potencialidade de etnografias fantasmáticas para a pesquisa pós-qualitativa em educação. Numa abordagem flexionada por perspectivas pós-estrutural e pós-colonial, refletimos sobre a potência da etnografia fantasmática na contrução de um texto autobiofictício que busca responder de forma ética à interpelação da alteridade enquanto somos afetados por fantasmas espectrais. Nesse sentido, buscamos exemplificar como vimos buscando embaralhar as normas de composição de “verdades” e realidades, tratando-as as como fluxos de ficções complexos.
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