O “ovo da serpente” na formação docente: as diretrizes paulistas como esteio da contrarreforma nacional
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v17i46.8913Palavras-chave:
Formação de Professores, Reforma Educacional, Base Nacional Curricular da Formação InicialResumo
A nova realidade de reformas reforça a compreensão de que as políticas educacionais continuam ao sabor dos governos em vigor, distanciando-se de ações de Estado. A política de formação de professores não foge a esse movimento. Em sendo assim, as análises deste texto focalizam as duas últimas diretrizes curriculares nacionais que definem a formação inicial para o magistério na Educação Básica – as Resoluções CNE/CP 02/2015 e 02/2019, examinando suas concepções e premissas em diálogo com as diretrizes paulistas – a Deliberação CEE/SP no 111/2012 e suas reedições no 126/2014, no 132/2015 e no 154/2017, formuladas como normas complementares para os cursos de licenciatura das instituições de ensino superior estaduais e municipais daquele Estado. O argumento de que as orientações do Conselho Estadual de Educação de São Paulo coadunam concepções que sustentam as diretrizes curriculares nacionais constitui o fio condutor dessas análises. Nesse sentido, a metáfora do ovo da serpente neste escrito alude à semelhança entre a norma de São Paulo e as diretrizes nacionais, partindo da percepção da primeira como ensaio para evolução da segunda, na atual política de formação docente.
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