CRIANÇAS NAS PALMAS DAS MÃOS: APONTAMENTOS PARA UMA ANÁLISE DA INFÂNCIA E DA ESCOLA EM UM MANUAL PSIQUIÁTRICO
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxis.v15i32.5062Palabras clave:
Infância, Escola, DSM-5.Resumen
Neste artigo analisamos a partir de uma perspectiva foucaultiana, a política de verdade e efeitos produzidos por categorias diagnósticas presentes na quinta versão do Manual de diagnóstico e estatística dos transtornos mentais (DSM-5) a exemplo do Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) na infância e na escola contemporânea. Buscamos identificar continuidades e descontinuidades presentes neste manual, seu lugar no interior das práticas discursivas, as estratégias através das quais seus ditos adquirem efeitos hegemônicos de verdades nas escolas. Desenvolvemos o argumento de que o DSM-5 é um artefato cultural produzido ao longo dos anos a partir de um conjunto de verdades advindas dos discursos médicos, biológicos, psicológicos e pedagógicos que classifica e descreve comportamentos, prescreve práticas direcionadas a infância e a escola. Observamos que no manual a infância não é pensada como um presente, mas sim como um momento que sinaliza os riscos sobre o futuro e que por isso vem se transformando em uma fase de identificação precoce, tratamento antecipado e até mesmo de prevenção de futuros transtornos mentais. Notamos que no campo da psiquiatria biológica representada pela DSM-5, as fronteiras entre a infância e a idade adulta estão cada vez mais borradas. As análises sinalizam, também, que estamos diante de um movimento de anulação e descrença em práticas pedagógicas não subordinadas aos conhecimentos da vertente biológica na psiquiatria, marcado pela adesão de diagnósticos medicalizantes pelas profissionais da educação.
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