ESTUDO SOBRE RELAÇÃO AFROINDÍGENA, ETNICIDADE E CONTRA(MESTIÇAGEM)
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4077Palavras-chave:
Relações interétnicas., Afroindígena., Etnicidade., Teoria da (contra) mestiçagemResumo
No presente artigo, buscamos dar uma contribuição a mais sobre a discussão dos termos etnicidade, (contra) mestiçagem e relação afroindígena, à luz de teorias da antropologia recente (GOLDMAN, 2015; LUCIANI, 2016, entre outros) e, ao que parece, “uma encruzilhada” que se caracteriza como um espaço onde se encontram diferentes caminhos que seguem sem se fundir (ANJOS, 2006), uma mestiçagem pensada sob o ponto de vista etnográfico, uma (contra)mestiçagem que “se opõem a noção de mestiçagem, mistura e sincretismo de forma radical e, também, tomam posse de tais noções, incluindo-as no modo de pensar os conceitos como forças estratégicas em movimento e um lugar onde se pode falar-pensar-fazer antropologia e uma experimentação etnográfica e entende a etnicidade como uma forma importante de protestos eminentemente políticos (CUNHA, 2017). Portanto, entendemos que a (contra)mestiçagem é um processo que tenta se livrar do mito das três raças (branco, índio e negro), dos (pre)conceitos e racismos e a identidade é sempre um fenômeno relacional e a etnicidade é uma ideologia, no sentido lato de fazer passar o outro pelo mesmo e pode ser mais bem entendida se vista em situação, como uma forma de organização política (CUNHA, 2017), um elemento de configurações das ações humanas nos espaços de convivências sociais, refere-se aos aspectos das relações entre grupos sociais que se reconhecem a si próprios como diferentes e possui caráter subjetivo de construção de nossas identidades sociais e hierarquias.
Downloads
Referências
ALENCASTRO, L. F.de. Geopolítica da mestiçagem. Novos Estudos, n. 11. Jan de 1985, p. 49-63. Tradução Maria Lúcia Montes. Disponível em: http://novosestudos.uol.com.br/produto/edicao-11/.Acesso em: 20 de março de 2018.
ANDRELLO, G. Nomes, posições e (contra) hierarquia: coletivos em transformação no Alto Rio Negro. Revista Ilha. v. 18, n.2, p. 57-97, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2016v18n2p57; acesso: dezembro 2017.
ANJOS, J. C. G. dos. No território da linha cruzada: A cosmopolíticas afro-brasileira. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006.
ANJOS, J. C. G. dos; ORO, A. P. Festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Porto Alegre: sincretismo entre Maria e Iemanjá. Porto Alegre: SMC, 2009.
ARRUTI, J. M. A. Agenciamentos políticos da “mistura”: identificação étnica e segmentação negro-indígena entre os Pankararú e os Xocó. Estudos Afro-Asiáticos, ano 23, n. 2, p. 215-254, 2001. Disponível: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2001000200001&lng=en&nrm=iso&tlng=en; acesso: novembro de 2017.
BANAGGIA, G. Conexões afroindígenas no jarê da Chapada Diamantina. Revista de @ntropologia da UFSCar (R@U), v. 9, n. 2, jul-dez de 2017, São Carlos, SP: UFSCar, 2017. p. 123-134.Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/07_Gabriel_Banaggia.pdf; Acesso em: 23 de janeiro de 2018.
______. Conexões afroindígenas no jarê da Chapada Diamantina. Anais do 40º Encontro Anual da ANPOCS-Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. ST1 – Antropologias afroindígenas: contradiscursos e contramestiçagens. 2016. Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/papers-40-encontro/st-10/st01-8/10133-conexoes-afroindigenas-no-jare-da-chapada-diamantina/file Acesso em: 23 de janeiro de 2018. p.1-16
BARBOSA NETO, E. R. A geometria do axé: o sincretismo como topologia. Revista de Antropologia da UFSCar(R@A), jul./dez.2017, p. 171-183. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/10_Edgar_Rodrigues.pdf. Acesso em: 12 de janeiro de 2018.
_______. O batuque e a linha cruzada: variações sobre os sistemas etnolitúrgicos afro-brasileiros. In Anais do 36º Encontro Anual da ANPOCS – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. GT 23 Novos modelos comparativos: investigação sobre coletivos afro-indígenas. 2012. Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/papers-36-encontro/gt-2/gt23-2/8101-o-batuque-e-a-linha-cruzada-variacoes-sobre-os-sistemas-etnoliturgicos-afro-brasileiros/file Acesso em: 20 de janeiro de 2017.
BARTH, F. Etnicidade e o conceito de cultura. Antropolítica – Revista Contemporânea de Antropologia e Ciências, n. 19, p. 15-30, 2005. Disponível em: http://www.uff.br/antropolitica/revistasantropoliticas/revista_antropolitica_19.pdf Acesso em: 20 de março de 2005.
BEVILAQUA, C. A Aldeia Vertical: mistura indígena na cidade do Rio de Janeiro.Mundo Amazônico, v. 8, n.2, 2017, p. 1-19. Disponível em: https://doi.org/10.15446/ma.v8n2.64491 Acesso em: 14 de dezembro de 2017.
CARVALHO, M. R. G. de. À guisa de apresentação. Cadernos do LEME, v. 3, n. 2, p. 88-91. Jul/dez. 2011. Disponível m: http://www.leme.ufcg.edu.br/cadernosdoleme/index.php/e-leme/issue/view/7; acesso: dezembro de 2017.
CHAUI, M. Manifestações ideológicas do autoritarismo brasileiro. ROCHA, A. (Org.). Escritos de Marilena Chauí, v. II,2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora; São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2014.
______. Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária. 1ª ed. São Paulo: Editora Perseu Abramo, 2014.
COSTA, S. A mestiçagem e seus contrários – etnicidade e nacionalidade no Brasil contemporâneo. Tempo Social-Revista de Sociologia da USP, v. 13, n.1, p. 143-158, 2001. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12354; acesso: outubro de 2017.
CUNHA, M. C. da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Ubu Editora, 2017.
______. Índios no Brasil: História, Direitos e Cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
______. Os direitos do Índio: ensaios e documentos. São Paulo: Brasiliense; Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1987.
DAFLON, V. T. Mestiçagem.In: SANSONE, L.; FURTADO, C. A. (Orgs.). Dicionário crítico das ciências sociais dos países de fala oficial portuguesa. Salvador: EDUFBA, 2004. p. 309-330.
FLORES, L. D. A guerra comancheira: contribuições a uma antropologia afroindígena. Revista de Antropologia da UFSCar(R@U), v. 9, n. 2, jul./dez, p. 43-61, 2017. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/02_Luiza_Dias.pdf; Acesso: 23 de janeiro de 2018.
GOLDMAN, Márcio. Contradiscursos afroindígenas sobre mistura, sincretismo e mestiçagem – estudos etnográficos. Revista de Antropologia da UFSCar(R@U), v. 9, n. 2, jul./dez. 2017, p. 11-28. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/introdução_dossiê.pdf; Acesso em: 23 de janeiro de 2018.
_______. “Quinhentos anos de contato”: por uma teoria etnográfica da (contra)mestiçagem. Revista Mana-Estudos de Antropologia Social, v. 21, n. 3, p. 641-659, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132015000300641; Acesso: dezembro de 2017.
_____. Alteridade e experiência: antropologia e teoria etnográfica. Etnográfica, v. 10, n. 1, p. 161-173, 2006, Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-65612006000100 008. Acesso em: dezembro de 2017.
______. A relação afroindígena. Cadernos de Campo, São Paulo, v.23, n.23, p. 213-222, 2014. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/98442; Acesso: janeiro de 2018.
LIMA, C. M. Tempo e qualidade na Vila de Cimbres: uma abordagem etnográfica da (contra)mistura. Revista de Antropologia da UFSCar(R@A), jul./dez, p. 87-108, 2017. Disponível: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/05_Clarissa_Martins.pdf; Acesso em: 12 de janeiro de 2018.2017.
LUCIANI, J. A. K. Sobre a antimestiçagem. Tradução Nicole Soares, Levindo Pereira e Marcos de Almeida Matos. Curitiba, PR: Species – Núcleo de Antropologia Especulativa: Desterro, [Florianópolis]: Cultura e Barbárie, 2016.
MELLO, C. C. do A. Quatro Ecologias Afroindígenas. Revista de Antropologia da UFSCar (RAU), v. 9, n.2, jul./dez., p.11-29, 2017a. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/01_Cec%C3%ADlia_Campelo.pdf; acesso: janeiro de 2018.
______. Obras de arte e conceitos: cultura e antropologia do ponto de vista de um grupo afro-indígena do sul da Bahia. (Dissertação de Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS), Museu Nacional, UFRJ, 2003.
______. “Devir-afro-indígena: ‘então vamos fazer o que a gente é’”. Cadernos de Campo, n. 23, p. 223-239, 2014. Disponível em: file:///C:/Users/PC/Downloads/98443-171019-1-PB.pdf; acesso: dezembro de 2017.
_____. Pessoas, Acontecimentos e Objetos de Arte em um Movimento Cultural em Caravelas, Bahia. Ilha – Revista de Antropologia, v. 9, n. 1, 2, p. 169-193, 2007. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/7902/14996 Acesso em: 25 de março de 2017.MUNANGA, K. Algumas considerações sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra no Brasil: fundamentos antropológicos. Revista da USP, São Paulo, n. 68, p. 46-57, dez./fev. 2006.
______. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica, 2004a.
______. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In BRANDÃO, André Augusto P. (Org.). Programa de Educação sobre o negro na sociedade brasileira. Niterói, RJ: Ed. da Universidade Federal Fluminense, 2004b.
_______. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. Palestra. In 3º Seminário Nacional Relações Raciais e Educação (PENESB), Rio de Janeiro, 05 de nov. de 2003.
NOBREGA, M. Entre “almas” e “caboclos”, um “povo só”: diferença e unidade numa ilha no Rio São Francisco. Revista de Antropologia da UFSCar (RAU),v. 9, n. 2, jul./dez., p. 109 -122, 2017. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/wp-content/uploads/2017/12/06_M%C3%A1rcia_N%C3%B3brega.pdf; acesso: janeiro de 2018.
OLIVEIRA FILHO, J. P. de (Org.). A presença indígena no Nordeste: processo de territorialização, modos de reconhecimento e regimes de memória. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2011.
______. Ensaios em Antropologia Histórica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.
PACHECO, A. S. Afroindigenismo por escrito na Amazônia. RELACult-Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade. v. 3, ed. Especial, dez p. 1-22, 2017.
Disponível em: http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/645; acesso: fevereiro de 2018.
OLIVEIRA, C. M. de; SILVA, P. de T. B. da. Voos na sabedoria: o ensino do Patxohã na Escola Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê. In: ZAPAROLI, Witembergue Gomes (Org). Caminhos e encontros na educação de indígenas. Imperatriz: Ethos, 2017.
PAZZARELLI, F.; SAUMA, J. F.; HIROSE, M. Be. (Contra)mestiçagens ameríndias e afro-americanas. Revista de @ntropologia da UFSCar (R@U) v. 9, n.2, jul-dez de 2017. p. 9-10. São Carlos: UFSCar, 2017. Disponível em: http://www.rau.ufscar.br/index.php/2017/12/15/volume-9-numero-2-2017/ Acesso em: 12 de dez. de 2017.
PEGGION, E. A.; DANAGA, A. C. (Orgs.). Povos indígenas em São Paulo: novos olhares. São Carlos: EduFSCar, 2016.
RUSSELL-WOOD, A. J. R. Escravos e libertos no Brasil colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
SAMPAIO, J. A. L. De caboclo a índio: etnicidade e organização social e política entre povos indígenas contemporâneos no nordeste do Brasil: o caso Kapinawá. Cadernos do LEME, Campina Grande, v. 3, n. 2, p. 88-191, jul/dez, 2011. Disponível em: http://www.leme.ufcg.edu.br/cadernosdoleme/index.php/e-leme/article/view/45; acesso: novembro de 2017.
VAINFAS, R. Colonização, miscigenação e questão racial: notas sobre equívocos e tabus da historiografia brasileira. Tempo, Niterói, n.8, p. 1-12, 1999.
VANZOLINI, M. Daquilo que não se sabe bem o que é: a indeterminação como poder nos mundos afroindígenas. Cadernos de Campo, São Paulo, n. 23, p. 271-381, 2014. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/98489; acesso: janeiro de 2018.
VIEIRA, S. de A. De negros, tapuias e “quem quer ser branco”: a política quilombola da diferença. In Anais do 40º Encontro Anual da Anpocs. ST01 Antropologia Afroindígenas: contradiscursos e contramestiçagens. p. 2-14. GOLDMAN, Márcio (UFRG); SZTUTMAN, Renato (UFRG) (Coords.). 24 a 28 de out. 2016. Caxambu, MG, 2016. Disponível em: http://www.anpocs.org/index.php/papers-40-encontro/st-10/st01-8 Acesso em: 30.10.2017.
