1984: O FUTURO DISTÓPICO ENTRE NÓS
DOI:
https://doi.org/10.22481/rbba.v8i2.6263Palavras-chave:
Controle, Distopia, Manipulação, TotalitarismoResumo
O presente artigo objetiva apresentar algumas reflexões provenientes da análise do livro, 1984, de George Orwell, no intuito de poder comparar o romance com a atual sociedade brasileira, bem como compreender os diversos sujeitos na contemporaneidade e suas relações via mídias e redes sociais nesse contexto de globalização. Para tanto, este estudo está ancorado em teorias filosóficas, literárias e sociais, sob a perspectiva de teóricos como Arendt (2012), Bauman (2001), Foucault (2009), Sousa Santos (2005), entre outros. A metodologia adotada pauta-se numa abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico, num processo comparativo, interpretativo e reflexivo. Constata-se que o livro apresenta traços atemporais ao contexto sócio-histórico em que foi produzido e ajusta-se como um alerta para as sociedades capitalistas. O enredo permeia por variados aspectos, que interligam fatos políticos, econômicos e tecnológicos, trazendo em sua abordagem um possível futuro em que a maioria dos sujeitos deverão abdicar de sua liberdade, em detrimento de um regime totalitário. Por fim, conclui-se que Orwell, em 1984, teve uma grande contribuição ao prever, através de seu romance, uma sociedade pautada pelo poder de uma minoria hegemônica que explora as mais diversas camadas sociais, de forma hierarquizada e politicamente situada, não muito diferente da sombria realidade desse país chamado Brasil.
Downloads
Referências
ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Tradução de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BAUMAN, Z.; DONSKIS, L. Cegueira moral: a perda da sensibilidade na modernidade líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2014.
BRASIL, M.S. Utopia e o século XXI: novas controvérsias. In: XIV Congresso Brasileiro de Sociologia, CT-UFRJ. Consensos e controvérsias da Sociologia. Rio de Janeiro, julho, 2009.
BUCCI, E. Quanto vale a sua privacidade? Revista Nova Escola, São Paulo, abr. 2002. Seção De olho na televisão.
CARDOSO, G.; et al. As fake news e a sociedade pós-verdade: uma contextualização conceptual. As fake News numa sociedade pós-verdade: contextualização, potenciais soluções e análise. Observatório da Comunicação (Obercom): Lisboa, Portugal, jun. 2018. Disponível em: https://obercom.pt/wp-content/uploads/2018/06/2018-Relatorios-Obercom-Fake-News.pdf.Acesso em: 10 fev. 2020.
CHARAUDEAU, P. Discurso das mídias. São Paulo: Contexto, 2007.
FACINI, A. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2004.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 27. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1987.
FOUCAULT, M. Os intelectuais e o poder – conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze. In: ______. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2000, p. 01-47
FOUCAULT, M. O dispositivo de sexualidade. In: ______. A história da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 2009. p. 73-125.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002.
HALL, S. A Identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. São Paulo: Lamparina Editora, 2014.
HILÁRIO, L. C. Teoria crítica e literatura: a distopia como ferramenta de análise radical da modernidade. Anuário de Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, v.18, n. 2, p. 201-215, 2013.
JACOBY, R. Imagem imperfeita: pensamento utópico para uma época antiutópica. Tradução de Carolina de Melo Bomfim Araújo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.MORUS, T. A Utopia ou o tratado da melhor forma de governo. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: LP&M, 1997.
ORWELL, G. 1984.Tradução de Alexandre Hubner e Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
RAMONET, I. Propagandas silenciosas: massas, televisão, cinema. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
SOUSA SANTOS, Boaventura. Fórum Social Mundial: manual de uso. São Paulo: Cortez, 2005.