IMAGEM, BRANQUEAMENTO E BRANQUITUDE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

Autores

  • Edmacy Quirina de Souza
  • Nilson Fernandes Dinis

DOI:

https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4072

Palavras-chave:

Educação Infantil., Raça., Etnia., Criança Negra

Resumo

Este artigo propõe uma análise investigativa das produções imagéticas que ornamentam os espaços das instituições de educação infantil, particularmente painéis, fotos, gravura e como estas imagens representam uma relação de saber e poder sobre processos racistas de branqueamento nas instituições de educação infantil. A partir de uma abordagem qualitativa e de base pós-estruturalista, buscamos analisar os discursos imagéticos encontrados em doze instituições de educação infantil no município de Itapetinga-BA. A referida pesquisa aconteceu nos anos de 2013 e 2014. Os resultados da pesquisa apontam para a necessidade de se desmistificar os conceitos de raça e cor nos espaços escolares, pois estas ainda se encontram enraizadas na cultura do branqueamento na qual seus espaços são ornamentados, na sua grande maioria, com crianças com fenótipos brancos sendo que o quadro real das escolas é composto por crianças negras. Faz-se necessário ainda se pensar a formação continuada desses profissionais da educação, enfatizando um conhecimento maior sobre as questões étnicas e raciais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

AZEVEDO, Celia Maria Marinho de. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das Elites do século XIX. São Paulo, Annablume, 2004.

______. Institucionalização da “raça negra” ou a luta contra o racismo. Revista Aulas: Dossiê Foucault. N. 3, dezembro 2006/março 2007.

AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Dicionário analógico da língua portuguesa: idéias afins. Rio de Janeiro: Lexikon, 2010.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray;

BENTO, Maria Aparecida Silva (Orgs.) Psicologia Social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012, p.25-57.

COSTA, Jurandir Freire. Da cor ao corpo: a violência do racismo. In: SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983, p.1 –16.

CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico nova fronteira da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

DÁVILA, Jerry. Diploma da brancura: política social e racial no Brasil –1917 –1945.São Paulo: Editora UNESP, 2006.

EISENBERG, Peter. Prefácio. In: AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda negra, medo Branco: o negro no imaginário das Elites do século XIX. São Paulo, Annablume, 2004, p.11 -13.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

______. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes. 1999.

GORE, Jennifer M. Foucault e educação: fascinantes desafios. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (org.). O sujeito da educação: estudos foucaultianos. Petropólis, RJ: Vozes, 2011, p.9 –20.

HALL, Stuart. El trabajo de la representación. In: Representation: cultural representations and signifying practices. London, Sage Publications, 1997b. Disponível em:

http://metamentaldoc.com/14_El_trabajo_de_la_representacion_Stuart_Hall.pdf. Acesso em setembro 2013.

JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas, SP: Papirus, 2012.

MISKOLCI, Richard. Do desvio às diferenças. Teoria & Pesquisa. n. 47, jul./dez. de 2005, p.09-41.

______. O desejo da nação: masculinidade e branquitude no Brasil de fins do XIX. São Paulo: Annablume, 2012.

MORENO, Monserrat. Como se ensina a ser menina. São Paulo: Moderna: Campinas: UNICAMP, 1999.

O GRANDE DESAFIO. Direção de Denzel Washington. EUA, 2007.

ROSSATO, Cesar; GESSER, Verônica. A experiência da branquitude diante de conflitos raciais: estudos de realidades brasileiras e estadunidenses. In: CAVALLEIRO, Eliane (org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001, p.11-36.

SANTAELLA, Lucia. Leitura de imagens. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2012.

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. (org.). Alienígenas na sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012, p.155 –172.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870 –1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

______. Previsões são sempre traiçoeiras: João Baptista de Lacerda e seu Brasil branco. História, Ciências, Saúde –Manguinhos, Rio de Janeiro, v.18, n.1, jan.-mar. 2011, p.225-242.

______. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira.São Paulo: Claro Enigma, 2012.

SILVA, Ana Célia da. Branqueamento e branquitude: conceitos básicos na formação para a alteridade. In: NASCIMENTO, Antonio Dias; HETKOWSKI, Tânia Maria (orgs). Memória e formação de professores. Salvador: EDUFBA, 2007, p.87-101.

SILVA, Tomaz Tadeu. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto escolar. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.

______. A produção social da identidade e da diferença. In: Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012, p 73-102.SKIDMORE, Thomas E. Fato e mito: descobrindo um problema racial no Brasil. Caderno de Pesquisa, São Paulo, n. 79, nov. de1991, p.5 –16.

______. Preto no Branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro (1870 –1930). Tradução Donaldson M. Garschagen. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

SOVIK, Liv. Aqui ninguém é branco: hegemonia branca e media no Brasil. In: WARE, Vron (org.). Branquidade: identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond, 2004, p.363 –386.

Downloads

Publicado

2018-07-26

Como Citar

de Souza, E. Q., & Dinis, N. F. (2018). IMAGEM, BRANQUEAMENTO E BRANQUITUDE NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL. Revista Binacional Brasil-Argentina: Diálogo Entre As Ciências, 7(1), 278-301. https://doi.org/10.22481/rbba.v7i1.4072

Edição

Seção

Dossiê Temático