“EU VI TUDO EM HIROSHIMA”: CORPO, SUJEITO E PSICANÁLISE
Palavras-chave:
Imaginário, Cinema, Sujeito psicanalíticoResumo
Ao se deparar com a angústia que o imagético propicia ao sujeito marcado pela falta e considerando o cinema como arte que opera pelos polos da contemplação e estranhamento, o objetivo deste artigo é tratar as nuances do plano imaginário de tudo ver como variante particular da posição de sujeito psicanalítico. Para tal, analisaremos recortes discursivos na materialidade do filme “Hiroshima, mon amour”[1] para operar gestos de interpretação de uma história ao mesmo tempo banal e singular de amor e de perda, de tudo e nada ver. Oscilando entre a inibição do sintoma pelo apaziguamento da angústia e a fragilidade desse apaziguamento (pelo surgimento de zonas de deriva), a ilusão de plenitude da pulsão esópica se desfaz frente à intervenção do discurso Outro. O caminho teórico é marcado pelos ensinos lacanianos e pela análise de discurso francesa. Trata-se, enfim, de acompanhar as elações de objeto deslizante, que se manifestam em zonas de transparência e opacidade.