O CASO DE VESTER LEE FLANAGAN: DO ESCÂNDALO À ILUMINAÇÃO
Palavras-chave:
Crime, Câmera, Discurso, Corpo, IluminaçãoResumo
Este artigo tem por objetivo investigar, do ponto de vista do discurso, especialmente no que concerne aos estudos de Michel Foucault, o caso do repórter americano Vester Lee Flanagan que matou dois colegas e filmou o próprio crime com sua câmera de celular em Agosto desse ano (2015), na cidade de Moneta (Estado da Virgínia). O caso foi alvo de especulação midiática no mundo inteiro uma vez que o fato não se “resumia” à morte de uma repórter e de um cinegrafista; tratou-se, sobretudo, de um crime filmado numa câmera de celular, cujo vídeo foi postado nas redes sociais pelo próprio atirador, que por sua vez, cometeu suicídio após o duplo homicídio. O presente trabalho enfatiza a relação discursiva entre o crime, no tocante às posições ocupadas pelo corpo-criminoso e os corpos-vítima; a “iluminação” trazida pelo vídeo sob o ponto de vista do atirador Vester Lee Flanagan; e o “nós” (espectadores, sociedade), cujo olhar, nas palavras de Foucault (2004) é “lampadóforo”, ou seja, que porta a luz.