A FIGURA GENEALÓGICA DO MONSTRUOSO: CORPOS DEFORMADOS, DESMEDIDOS E REPUGNANTES
Palavras-chave:
Corpo, subjetividade, estética, monstrosResumo
O objetivo do artigo é o de colocar em questão os valores homotópicos ao redor do corpo. O texto pretende construir uma cartografia de problematização para além do jogo significado-significante estético e subjetivo quando se trata do corpo. Para tanto, leva-se em consideração o filme Mangue Negro tomando-o como disparador caótico para a crítica genealógica. Por seu intermédio, encontra-se o monstruoso personificado na figura do zumbi. A hipótese é a de que o zumbi pode ser um conjunto estético potencialmente capaz de abalar um conjunto de domínios responsável por fixar e engessar o sujeito contemporâneo em uma territorialidade de sentidos, de semiotização, de significantes, de corporeidade enrijecida, padronizada e, certamente, consumível. Será, contudo, necessário compreender três dimensões. Primeiro, o que se pode dizer do lugar donde emergem os zumbis, o próprio mangue? Segundo, quais as implicações para se pensar o corpo na atualidade a partir do instante que se assume e se aceita o zumbi como figura monstruosa? Finalmente, o que se pode extrair, por consequência, para a constituição de subjetividade, isto é, sob qual proporção o fato de se considerar o zumbi em uma dimensão semiótica pode afetar a autoestetização, a semiótica corporal dos sujeitos?