O QUE É SER CIENTISTA PARA ESTUDANTES DE PEDAGOGIA?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/reed.v3i7.10270

Palavras-chave:

Ciência, Formação Inicial, Representações Sociais

Resumo

Esse artigo tem o objetivo de discutir as representações imagéticas do ser cientista de estudantes do curso de Pedagogia através da aplicação da atividade “a minha percepção do ser cientista” com nove discentes matriculados na disciplina “Conteúdo e Metodologia do Ensino de Ciências”. No viés metodológico, essa pesquisa qualitativa utilizou-se das representações sociais por meio do desenho e das narrativas escritas dos sujeitos participantes. O movimento de análise, ancorou-se em Bardin (2016), evidenciando três categorias a partir dos dados coletados, a saber: a) cientista herói; b) cientista de laboratório; e c) a mulher na ciência. Os resultados denunciam a visão estereotipada do cientista, associando-o, majoritariamente, ao ambiente laboratorial e com atributos hercúleos, de modo que, por meio das análises, acreditamos que tal compreensão pode estar vinculada a ênfase midiática dada a essa face do cientista. Além disso, o trabalho identificou a pouca representação da mulher cientista nos desenhos dos graduandos, desvelando questões históricas e sociais que marcam a trajetória e a disparidade de gênero na ciência. Sendo assim, o estudo traz elementos importantes para novas investigações e discussões no âmbito da formação de professores, especialmente, sobre as práticas, áreas de atuação e multifaces do ser cientista.

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Biografia do Autor

Felipe da Costa Negrão, Universidade Federal do Amazonas

Graduado em Pedagogia. Especialista em Neuropsicopedagogia, Didática do Ensino Superior e Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos. Mestre em Educação em Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Professor Assistente - Nível II do Departamento de Métodos e Técnicas (DMT) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Coordenador de Área do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) - Núcleo Alfabetização Manaus. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas de Práticas Investigativas em Educação Matemática (GEPIMat) e do Grupo de Pesquisa em Sociologia Política da Educação (GRUPESPE). Tem interesse em pesquisas que envolvem o Ensino de Ciências e Matemática, Formação de Professores e Narrativas (auto) biográficas.

Alexandra Nascimento de Andrade, Universidade do Estado do Amazonas

Mestra em Educação em Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Pedagoga da Secretaria de Estado de Educação e Qualidade do Ensino (SEDUC). Membro do Grupo de Pesquisa em Divulgação e Difusão Científica para a Educação e Ensino de Ciências na Amazônia (DDCEECAM).

Priscila Eduarda Dessimoni Morhy, Universidade Federal do Amazonas

Mestra em Educação em Ciências na Amazônia pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Professora substituta da área de Ensino do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e Ensino de Ciências em Espaços Não Formais (GEPECENF). 

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Publicado

2022-03-31

Como Citar

Negrão, F. da C. ., Andrade, A. N. de ., & Morhy, P. E. D. . (2022). O QUE É SER CIENTISTA PARA ESTUDANTES DE PEDAGOGIA?. Revista De Estudos Em Educação E Diversidade - REED, 3(7), 1-20. https://doi.org/10.22481/reed.v3i7.10270

Edição

Seção

Dossiê Temático