ORGANIZAÇÃO DA DEMANDA E OFERTA DE SERVIÇOS NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
Resumo
Este artigo tem como objetivo discutir a organização da demanda e a oferta de serviços na Estratégia Saúde da Família, em dois municípios da Bahia, Brasil. Estudo qualitativo, realizado com 91 entrevistados (trabalhadores de saúde, dirigentes e usuários), em dois municípios da Bahia. As técnicas de coleta de dados foram entrevista semiestruturada e observação sistemática. A análise dos dados se baseou na Hermenêutica Crítica e considerou as categorias: oferta de serviços de saúde; demanda programada e demanda espontânea. Na Estratégia Saúde da Família coexistem dois tipos de demandas, programática e espontânea. A primeira tem foco em grupos específicos, com direcionamentos de agenda e delimitação de vagas. A atenção à busca espontânea se organiza na seguinte tipologia: demanda aguda, baseada na doença e na necessidade de atendimento imediato; demanda não aguda, sustentada por situações que podem aguardar atenção; e demanda induzida, assistida em um dia da semana específico. A organização das demandas na Estratégia Saúde da Família acontece por meio da programação de ações e da atenção à busca espontânea dos usuários. Entretanto, a oferta de serviços ainda é burocratizada e tem como centro da atenção, a doença ou a iminência da mesma, o que fragmenta o cuidado e limita a integralidade.