Professoras negras na Pós-Graduação Brasileira em perspectiva histórica: estratégias de alterização e resiliência

Authors

DOI:

https://doi.org/10.22481/odeere.v8i2.13347

Keywords:

Affirmative action, Black doctors, Post-graduation, Whiteness

Abstract

The article discusses the presence of black women in postgraduate teaching in Brazil, from a historical perspective focused on the present time since it is a recent and disadvantaged presence in the academic context of white and male supremacy. It problematizes the debate on the destabilizing presence of black female bodies and considers the strategies of resilience and alteration in their teaching practices. The text is the result of a reflective partnership on data from ongoing research in the Postgraduate Program in Education of the Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), with a qualitative approach referenced in the thinking of black women. It is concluded that the black and female experience in Brazilian postgraduate teaching goes through two perspectives, on the one hand, we have a rupture with the reproduction of practices and policies that insist on dehumanizing the black subject, and on the other hand, there is an onslaught on the reformulation of discourses and practices that destabilize the space, reinventing the body, the black experience, and blackening teaching.RESUMENEl artículo tematiza la presencia de las mujeres negras en la enseñanza de posgrado en Brasil, a partir de una perspectiva histórica centrada en el tiempo presente, ya que se trata de una presencia reciente y desfavorecida en el contexto académico de supremacía blanca y masculina. Problematiza eldebate sobre la presencia desestabilizadora de los cuerpos femeninos negros y considera las estrategias de resiliencia y alterización en sus prácticas docentes. El texto es resultado de una asociación reflexiva sobre datos de investigaciones en curso en el Programa de Posgrado en Educación de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul (UFRGS), con un abordaje cualitativo referenciado en el pensamiento de las mujeres negras. Se concluye que la experiencia negra y femenina en la enseñanza de posgrado brasileña pasa por dos perspectivas, por un lado tenemos una ruptura con la reproducción de prácticas y políticas que insisten en deshumanizar al sujeto negro y, por otro, hay una arremetida en la reformulación de discursos y prácticas que desestabilizan el espacio, reinventando el cuerpo, la experiencia negra y ennegreciendo la enseñanza.    

Downloads

Download data is not yet available.

References

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural?Belo Horizonte: Letramento, 2018.ASPHE, Rhe. Lei n. 1, de 1837, e o decreto n. 15, de 1839, sobre Instrução Primária no Rio de Janeiro-1837. Revista História da Educação,[S. l.], v. 9, n. 18, p. 199–205, 2012. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/29135BENTO, Maria Aparecida Santos. Pactos narcísicos no racismo: Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. Tese (Doutorado), Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento Humano. São Paulo, 2002.DOI: https://doi.org/10.11606/t.47.2019.tde-18062019-181514BRASIL, Constituição; BRASIL. Decreto nº 6.096, de 24 de abril de2007. Institui o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais-REUNI. Diário Oficial da União, p. 7-7, 2007.BRASIL. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htmBRASIL. Decreto n.1331de 17 de fevereiro de 1854. Aprova o regulamento para a reforma doensino primário e secundário no Município da Corte. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1331-a-17-fevereiro-1854-590146-norma-pe.html.CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Resolução nº. 01 de 17 de junho de 2004. Dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Relatora: Petronilha Beatriz Gonçalves. Brasília: Ministério da Educação, julho de 2004. BRASIL. Portaria Normativa MEC Nº 13/2016. Dispõe sobre a indução de Ações Afirmativas na Pós-Graduação, e dá outras providências. Disponível em: Portaria Normativa MEC nº 13 (abmes.org.br).

CASTRO, Maria del Mar Varela; DHAWAN, Nikita. Postkolonialer Feminismus um die Kunst der Selbstkritik. Münster: Unrast Verlag, 2003.CESAIRÉ, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Prefácio de Mário de Andrade. Sá da Costa Editora: Lisboa, 1978.Conselho Nacional de Saúde. (2016). Resolução nº 510/2016. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdfDA EDUCAÇÃO SUPERIOR, INEP Censo. notas estatísticas. Diretoria de Estatísticas Educacionais, 2018.DEL PRIORE, Mary (org.) &BASSANEZI, Carla (coord. de textos). História das Mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto/Ed. UNESP, 1997.FARIAS, Fátima. Mel e dendê.Porto Alegre: Libretos, 2020.FERREIRA, Lola. Menos de 3% entre docentes da pós-graduação, doutoras negras desafiam racismo na academia. Portal Géledes, 31 mar. 2019. Disponível em: https://www.geledes.org.br/menos-de-3-entre-docentes-da-pos-graduacao-doutoras-negras-desafiam-racismo-na-academia/FLORES, Sharon Rigazzo. A democratização do ensino superior no Brasil, uma breve história: da Colônia a República. Revista internacional de Educação Superior, v. 3, n. 2, p. 401-416, 2017.GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis: Vozes, 2017.GOMES, Nilma Lino. Sem perder a raiz:corpo e cabelo como símbolo daidentidade negra. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.hooks, bell. Ensinando pensamento crítico:sabedoria prática. São Paulo: Elefante,2020.hooks, bell. Erguer a voz: pensar como feminista, pensar como negra. São Paulo: Elefante, 2019.LÖWY, Michel. Walter Benjamin. Aviso de incêndio:uma leitura das teses “sobre o conceito de história”. São Paulo: Boitempo, 2005.

MACIEL, Sheila Dias. A literatura e os gêneros confessionais. In: BELON, Antonio R.; MACIEL, Sheila Dias (Orgs.). Em diálogo:estudos literários e lingüísticos. Campo Grande: Editora UFMS, 2004. MÜLLER, Tânia MP; CARDOSO, Lourenço. Branquitude:estudos sobre a identidade branca no Brasil. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.NASCIMENTO, Maria Beatriz. Por uma história do homem negro. In: RATTS, Alex. Uma História Feita por Mãos Negras. São Paulo: Zahar, 2021.NASCIMENTO, Tainah Mota do. Trajetórias de professoras negras lésbicas no ensino público: rompendo o ciclo de silêncios. Dissertação (mestrado) –Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Educação, 2020. RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza, 2006. RODRIGUES, Luciana; OLIVEIRA, Loivade. Por uma academia feminista e antirracista: cartas de duas docentes negras. In: ROCHA, Neli Gomes da (Org.). Caminhos da escrita em tempos de interseccionalidades. XI COPENE -Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as, 9 a 12 de novembro de 2020. Curitiba: Universidade Federal do Paraná. 2021.SALES, Mione Apolinário. (In) visibilidade perversa: adolescentes infratores como metáfora da violência. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, 2007.DOI: https://doi.org/10.11606/t.8.2005.tde-06122005-171140SILVA, Fernanda Oliveira da; PEREIRA, Priscila Nunes. Pensamentos de Mulheres Negras ao Sul do Sul: das lutas coletivas por cidadania à narrativa da existência por meio da educação. Currículo sem Fronteiras, v. 19, p. 453-477, 2019.DOI: https://doi.org/10.35786/1645-1384.v19.n2.03SILVA, Joselina da. Doutoras professoras negras: o que nos dizem os indicadores oficiais. Perspectiva, v. 28, n. 1, p. 19-36, 2010.DOI: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2010v28n1p19SILVA, Maria Nilza da. A mulher negra. Revista Espaço Acadêmico, n. 22, mar., 2010. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/022/22csilva.htmSILVEIRA, Maria Helena Vargas da. As filhas das lavadeiras. Porto Alegre: Grupo

Cultural Rainha Ginga, 2002.UOL. IBGE usa classificação de cor preta; grupo negro reúne pretos e pardos. UOL. São Paulo, 03 mai. 2013, 14h15min. Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2013/05/03/ibge-usa-classificacao-de-cor-preta-grupo-negro-reune-pretos-e-pardos.htmWALSH, Catherine. Entretejiendo lo pedagógico y lo decolonial:Luchas, caminos y siembras de reflexión-acción para resistir, (re)existir (re)vivir. Colombia: Alternativas, 2017.

Published

2025-06-13