ELABORAÇÃO CONCEITUAL DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: POSSIBILIDADES EM CONTEXTOS FORMATIVOS
DOI:
https://doi.org/10.22481/praxis.v15i31.4684Palavras-chave:
Desenvolvimento humano. Inclusão escolar. Linguagem escrita.Resumo
Este texto aborda o tema do ensino para alunos com deficiência intelectual e a problemática
da não valorização de conteúdos escolares mais elaborados para esses sujeitos. Está fundamentado na
perspectiva histórico-cultural e na teoria enunciativo-discursiva, com o objetivo de investigar como
tem ocorrido o processo de formação de conceitos científicos, com foco na linguagem escrita, e, em
especial, buscar indícios de possibilidades de (trans)formação de professores e de alunos em relação a
novos modos de constituição de desenvolvimento. A pesquisa, de cunho qualitativo, ocorreu em três
escolas públicas de ensino fundamental no estado de São Paulo, envolvendo professores e seus alunos
considerados deficientes intelectuais. Apresentam-se recortes de episódios interativos extraídos de
dois eixos investigativos: processos de elaboração de conhecimento de alunos com deficiências e formação continuada docente. Os dados, provenientes de recursos de áudio e videogravação, com posterior transcrição de todo o material, foram analisados com base na microgênese dos processos em curso, ou seja, valorizando detalhes dos acontecimentos interativos. Os resultados evidenciaram possibilidades de (re)elaboração de conceitos pelos alunos e trans)formação do trabalho docente, especialmente nos modos de ensinar. Considerando que a promoção do aprendizado significativo na escola refere-se ao trabalho sistematizado e deliberado do professor com conceitos científicos, o saber elaborado precisa ser concretizado de modo consciente e organizado, especialmente com alunos com deficiência intelectual que, em geral, apresentam grande defasagem no domínio da escrita.