TRABALHO INFANTIL NO CULTIVO DO TABACO E SUAS RELAÇÕES COM A EDUCAÇÃO ESCOLAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.5089

Palavras-chave:

Trabalho Infantil, Educação Escolar, Política Educacional

Resumo

A partir de resultados de pesquisa mais ampla1 e sob a luz do materialismo histórico e dialético, o presente texto tem por objetivo, a partir da análise da realidade de estudantes paranaenses vinculados ao cultivo do tabaco, identificar seus possíveis impactos no processo educacional e na organização escolar. Para tanto, apresenta as principais causas para a permanência do trabalho infantil na atualidade em contraposição às leis e às normas que visam sua superação; descreve algumas políticas brasileiras que têm como finalidade o enfrentamento dessa realidade; e, por fim, identifica seus impactos na realidade escolar. Os dados analisados indicam que a lógica capitalista colabora para a perpetuação do trabalho infantil e, em consequência, para uma formação educacional deficitária.

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Biografia do Autor

Simone de Fátima Flach, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Doutora em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Docente do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Pesquisadora vinculada ao Grupo de Pesquisa Capital, Trabalho, Estado, Educação e Políticas Educacionais (GPCATE-UEPG).

Tania Parolin da Cruz, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Doutoranda em Educação; Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) – Brasil; Grupo de Pesquisa Capital, Trabalho, Estado, Educação e Políticas Educacionais (GPCATE-UEPG). Bolsista CAPES.

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Publicado

2020-03-27