Rodas de terapia comunitária com expostos ao amianto: relato de experiência

Resumo

Este estudo objetivou relatar a experiência de realização de rodas de terapia comunitária integrativa junto a pessoas expostas ao amianto. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre ações comunitárias desenvolvidas a partir do projeto de extensão cadastrado pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia junto à comunidade do Bonfim do Amianto, em Bom Jesus da Serra - Bahia, desenvolvido nos meses de junho e julho de 2022. Foram realizadas três rodas de terapia comunitária, com duração média de uma hora e meia cada, alcançando um público estimado de cinquenta participantes no total das rodas. O marco teórico de Paulo Freire e de Merleau-Ponty foram utilizados para aprofundar a discussão deste artigo. Na primeira roda de terapia, um grupo familiar trouxe à tona a temática da saudade e tristeza pela perda de entes queridos. A segunda e a terceira rodas foram marcadas pelo sentimento de angústia pela doença dos filhos, sendo destacados como pontos de superação vivenciados pelo grupo, a naturalização do processo de morte/morrer, a busca de conforto na religiosidade, a procura por assistência médica especializada, a vivência do ‘ser empático’ e da amizade no dia-a-dia e o cultivo da esperança para a resolução das situações em aberto. Neste cenário, pôde-se observar a presença de angústia pela perda da saúde e pela morte de pessoas da comunidade, bem como o despontar de caminhos de superação baseados nos laços comunitários afetuosos e na espiritualidade. A terapia comunitária foi vivenciada enquanto um espaço qualificado de fomento à saúde mental desse grupo comunitário.