Os determinantes do consumo de ultraprocessados: uma vertente no público feminino
DOI:
https://doi.org/10.22481/rsc.v20i3.13432Keywords:
Alimentos ultraprocessados, Atenção primária à saúde, Saúde da mulherAbstract
Nos últimos 30 anos, tem-se observado na população o aumento do consumo de ultraprocessados e este tem sido associado a diversos determinantes, dentre estes os sociais e econômicos. Objetivou-se identificar os principais determinantes do consumo de ultraprocessados no grupo de mulheres acompanhadas pela Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 139 mulheres, em 4 Unidades de Saúde da Família do município de Santo Antônio de Jesus, Bahia, no período de outubro de 2022 a abril de 2023. Empregou-se os marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e nutricional para estimar o consumo de ultraprocessados na população estudada e para identificar os determinantes associados, empregou-se o Teste Qui-quadrado de Pearson. As análises foram realizadas no software SPSS 17.0. A prevalência do consumo de ultraprocessados na amostra foi de 82%. Observou-se que as mulheres com idade menor que 35 anos apresentaram maior prevalência de consumo de ultraprocessados quando comparadas aquelas com idade maior ou igual a 35 anos (p=0,004). O resultado desta investigação revela elevada prevalência de consumo de ultraprocessados no público feminino e sugere que a idade pode ser um dos determinantes associados, indicando a necessidade de estratégias que visem a diminuição do consumo destes produtos principalmente no público mais jovem, tendo em vista o aumento de doenças crônicas não transmissíveis na população mundial, especialmente no público estudado.
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