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  • Chamada para publicação- Violência na escola: um fenômeno plural, polissêmico, complexo

    2023-03-17

    Violência na escola: um fenômeno plural, polissêmico, complexo

    Ementa
    Aborda a complexa relação entre a escola e a violência, considerando a importância de
    implementação de políticas educacionais capazes de prevenir, enfrentar e combater os
    diferentes tipos do fenômeno da violência no cotidiano escolar. Esse é um desafio que a
    escola, reconhecida como espaço de convivência e sociabilidades, precisa enfrentar e
    encontrar estratégias que permitam compreender e coibir as expressões de violência que se
    cruzam, construindo entrelaçamentos de gênero e suas intersecções com raça/etnia,
    religião, classe social, dentre outros marcadores sociais da diferença. A escola, enquanto
    instituição social, não está isolada, pois é parte da sociedade e sofre os seus reflexos por
    questões associadas às relações étnicas, raciais, de gênero, além de relações familiares
    desestruturadas, falta de afeto, ternura, tempo, desemprego, dentre outros fatores que
    atingem a realidade em particular e social. Na sociedade brasileira autoritária, machista,
    homofóbica, racista, misógina e hierárquica, que vivencia diariamente a desigualdade social
    e de oportunidades educacionais, ainda se mantém caracterizada pelas relações patriarcais,
    patrimoniais, coloniais e, assim, a instituição escolar é por ela representada. Desse modo, a
    violência “dramatiza as causas”, como diz Arendt (1989, 2001) e se encontra na escola,
    dentro da escola, contra a escola e ao seu redor e, também é, muitas vezes, produzida pela
    própria escola. A relação entre o autoritarismo e a violência no espaço escolar tem
    aumentado o medo, a insegurança, a falta de sentimento, a indiferença, a frieza em relação
    ao outro e reflete na forma de pensar a educação, o ensino e a formação humana. Nas
    reflexões provocadas por Hannah Arendt (2001, p. 13), a violência – “distintamente do
    poder [power], força [force] ou vigor [strength] – sempre necessita de implementos [...]”. Esse é
    um termo polissêmico, com diferentes sentidos e significados, um fenômeno complexo,
    plural, de difícil definição, um fenômeno “de causalidade complexa” (MINAYO, 2006) e
    “abriga em si mesma um elemento adicional de arbitrariedade” (ARENDT, 2001, p. 14).
    Portanto, não há dúvidas. Poder e violência são termos opostos, por isso, a violência
    aparece onde o poder está ameaçado, em perigo. E, assim, a violência “destrutiva do
    poder” (LAFER, 2001) está, no entanto, muito presente na vida contemporânea,
    embrenhada nas instituições sociais, inclusive na escola. Miriam Abramovay e Maria das
    Graças Rua (2002) tratam das Violências nas escolas, destacando suas ocorrências, praticantes
    e vítimas de ameaças, brigas, violência sexual, do uso de armas, roubos, furtos e contra o
    patrimônio e, em suas reflexões destacam recomendações para políticas, estratégias e
    medidas contra violências nas escolas. Essa discussão e reflexões das autoras provocam
    inquietações que permitem buscar respostas para este fenômeno e suas manifestações no
    cotidiano escolar. Refletindo sobre a utilização do termo “violência”, consideramos a
    importância do fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e
    instrumentos em favor do combate à violência no cotidiano escolar.

    Organizadora: Profa. Dra. Maria de Fátima de Andrade Ferreira

    Submissões até  15 de maio de 2023.

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